Um paquistanês foi preso por blasfêmia, acusado de profanar o livro sagrado dos muçulmanos, disse a polícia nesta quarta-feira. A família do prisioneiro diz que ele é mentalmente instável.
Os muçulmanos consideram o Alcorão a palavra literal de Deus e tratam o livro com reverência. Profanar o Alcorão contraria a lei do Paquistão -- país majoritariamente muçulmano -- e é um crime punido com a morte pela lei islâmica.
O suspeito, Shahzad Samiullah, de 36 anos, foi preso depois que uma multidão tentou atacá-lo em uma região pobre da cidade de Karachi. Um vizinho disse que Samiullah colocou uma cópia do Alcorão no chão, pisou sobre ela e tentou queimá-la.
Seus pais vieram visitá-lo na cadeia e disseram que ele não é normal, disse o oficial da polícia investigativa Mohammad Amin à Reuters. Mas eles têm que dar provas médicas disso.
Antes de um tribunal de Karachi ordenar sua detenção, nesta quarta-feira, Samiullah disse vir de uma família religiosa.
Não sei o que me aconteceu. Não sei porque fiz isso. Senti como se estivesse sendo instigado pelo demônio, disse Samiullah à Reuters, na saída do tribunal, soluçando.
Casos de blasfêmia são comuns no Paquistão, apesar de nunca ter havido uma execução por isso no país. Grupos de defesa dos direitos humanos criticam a lei contra a blasfêmia, dizendo que ela geralmente é utilizada de maneira abusiva para a decisão de disputas ou em rivalidades religiosas.
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