O ex-conselheiro espiritual de Barack Obama concordou que o forte apoio dos cristãos à candidatura de Donald Trump foi essencial para a vitória do empresário na corrida presidencial dos EUA.
Além dos evangélicos, Trump também se esforçou em buscar apoio dos judeus residentes nos Estados Unidos e assegurou que irá dar suporte a Israel.
Michael Wear criticou a "quase total desconsideração" da campanha de Hillary Clinton com relação às comunidades cristãs - especialmente a de evangélicos brancos e católicos.
"Estou triste pelo meu país e por aqueles que foram dormir com medo na noite passada", disse Wear.
O conselheiro, que também atuou em ambas as campanhas presidenciais bem-sucedidas de Barack Obama, em 2008 e 2012, disse: "O forte apoio dos cristãos a Trump é o resultado de muitos fatores, mas certamente entre eles, está o desprezo quase completo da campanha [de Hillary Clinton] em demonstrar empatia ou se engajar seriamente com as comunidades de fé - particularmente os católicos brancos e os evangélicos".
Michael acrescentou que este é um fato que "deve ser parte da discussão sobre os rumos partido [democrata] a partir de agora".
Os comentários de Wear sobre a campanha de Hillary Clinton refletem as tensões dentro do Partido Democrata, que sem dúvida emergirão nos próximos dias, especialmente entre Obama e Clinton, que se opuseram um ao outro para a nomeação dos democratas em 2008.
Reconciliação e cura
Wear continuou seus comentários, afirmando que vai orar pelo presidente republicano e enfatizou o importante papel da igreja em curar as feridas dos Estados Unidos.
"Vou orar por Donald Trump, porque orarei pela nação e pela Igreja. Este será um momento para a igreja liderar, apoiar os nossos líderes políticos, o quanto for possível e também se opor a eles quando for necessário", disse ele. "Precisamos de cura na Igreja através das linhas políticas e raciais que sobrepujaram nossa unidade em Cristo e chegaram a um acordo sobre algumas implicações públicas básicas de nossa fé. Eu permaneço sempre esperançoso sobre o futuro da Igreja".
Os cristãos evangélicos compareceram em grande número para votar em Donald Trump e foram fundamentais para que ele chegasse ao poder. Eles apoiaram o republicano em 81%, de acordo com a ABC News. Essa é uma margem maior do voto evangélico, que superou até mesmo a de George Bush, John McCain e Mitt Romney.
Na Flórida, 85% dos evangélicos brancos votaram em Trump, de acordo com as primeiras pesquisas de saída. Na Carolina do Norte, esse número foi de 78%.
Enquanto isso, uma pesquisa da ABC-Washington Post mostrou que 54% dos católicos brancos votaram em Trump e 38% votaram em Hillary Clinton.
Wear, que nasceu em uma família católica, mas se tornou evangélico, tem um novo livro que será lançado no Reino Unido no início do próximo ano: "Reclaiming Hope: Lições aprendidas na Casa Branca com Obama sobre o futuro da fé na América".
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