O primeiro dia das eleições indianas foi abalado hoje pelos ataques da guerrilha maoísta, também chamada de naxalita, contra as forças de segurança e funcionários eleitorais e que deixaram 19 mortos em vários pontos do país.
A participação eleitoral ficou próxima aos 60% na maioria dos 15 estados e dois territórios da Índia onde ocorreu a primeira fase do longo processo eleitoral - que durará quase um mês -, à qual foram convocados 143,1 milhões de eleitores.
"Em linhas gerais, as eleições foram pacíficas", declarou à imprensa um subcomissário da Comissão Eleitoral indiana, R. Balakrishnan, que, no entanto, admitiu as mortes de 19 pessoas em diferentes ações da guerrilha maoísta.
A maior participação eleitoral foi registrada nas ilhas de Lakshadweep (86%) e no estado de Meghalaya (84%), enquanto que nos da Caxemira e de Uttar Pradesh apenas 48% e 49% dos eleitores, respectivamente, compareceram às urnas.
Dezenas de milhares de agentes e funcionários foram destacados para trabalhar durante o primeiro dia de eleições, no qual serão definidas 124 das 543 cadeiras do Parlamento indiano. Entretanto, a apuração total será divulgada apenas no dia 16 de maio.
A guerrilha maoísta, que tinha ameaçado "cortar as mãos" dos cidadãos que fossem votar, protagonizou dois atentados, além de tiroteios com agentes e ataques a colégios eleitorais no chamado "cinturão vermelho", uma faixa de território no centro e no leste da Índia onde os rebeldes têm forte presença.
Na região de Latehar, no empobrecido estado de Jharkhand, uma mina explodiu quando um ônibus passou sobre ela e matou dois civis e sete membros da Guarda de Fronteiras, segundo uma fonte policial citada pelas agências de notícias indianas.
Cinco funcionários envolvidos na supervisão da votação morreram em outra explosão de uma mina colocada pelos maoístas no estado vizinho de Chhattisgarh, que celebrou hoje seu primeiro e único dia de eleições.
Em declarações à agência "PTI", a Polícia relatou que, em um distrito da mesma região, Dantewada, os maoístas atacaram um colégio eleitoral e mataram dois agentes da Central Police Reserve Force (CRPF), a força de segurança que costuma realizar operações contra os rebeldes.
Em um ataque similar, dois agentes foram assassinados por dez guerrilheiros maoístas no distrito de Gaya, situado no estado de Bihar.
De acordo com a "PTI", o diretor-geral da CRPF, A.S. Gill, reconheceu que os agentes estão tentando se reajustar à nova estratégia maoísta para boicotar o pleito.
Embora a maioria das áreas com presença rebelde tenha tido eleições hoje, "Orissa é um estado no qual haverá um importante trabalho" nas fases seguintes, advertiu Gill.
Hoje, os rebeldes já incendiaram máquinas de voto eletrônico e veículos nesta região, mas não houve registros de vítimas.
Desde que protagonizou uma revolta contra as forças de segurança na aldeia bengali de Naxalbari em 1967, a guerrilha maoísta tentou enfraquecer a democracia indiana usando de boicotes eleitorais e ataques constantes contra as forças da ordem.
Os naxalitas, que lutam por uma revolução agrária de cunho comunista, controlam várias áreas pobres do centro e do leste, onde têm campos de treinamento e buscam o apoio dos camponeses.
"A violência maoísta é um sério desafio para o país", admitiu à agência "Ians" um porta-voz do governante Partido do Congresso, Ashwini Kumar.
"O problema naxalita se estendeu nos últimos cinco anos (de Governo do Partido do Congresso) para áreas que antes estavam fora do alcance do movimento", protestou Sindhart Nath Singh, porta-voz da legenda opositora Bharatiya Janata Party (BJP).
Também hoje, houve choques entre eleitores de partidos rivais na Caxemira, enquanto que no decisivo estado de Andhra Pradesh a destruição de equipamentos usados na organização das eleições levou as autoridades a repetirem a votação em 17 colégios eleitorais.
A Índia ainda tem pela frente mais quatro dias de eleições, o último deles em 13 de maio, durante os quais o restante dos 714 milhões de cidadãos convocados às urnas vão decidir sobre o futuro do Governo de seu país.
Lutam pelo poder na Índia o histórico Partido do Congresso e o hinduísta BJP. Especialistas preveem eleições apertadas e consideram que o Governo será conquistado por quem souber negociar uma coalizão com os diversos partidos regionais e castas. EFE
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