Durante o show da cantora evangélica Cassiane, para mais de 15 mil pessoas na Praça da Catedral, em comemoração ao aniversário de Botucatu, na sexta-feira, 11, um garoto de 16 anos, aluno da Apae de Botucatu, teve um ataque epilético, segundo a mãe Aparecida de Fatima Vicente e teria sido agredido pela Guarda Municipal.
O menino começou a convulsionar e a Guarda Civil Municipal, carregou o menor com truculência, sem nenhum cuidado e agrediu o rapaz, apesar dos avisos da mãe, que estava ainda com outros filhos de que o menino era doente mental e tinha crises de convulsão.
“Ele levaram meu filho para baixo do palco e começaram a bater nele. Depois seguraram a cabeça dele grudada no chão e amarraram as mãos sobre as costas, apesar de ter avisado que ele estava com ataque epilético. Na Apae todos conhecem meu filho, sabem da doença dele e nunca fizeram o que vi”, reclamou a mãe.
A mãe insistia para deixarem seu filho respirar, pediu para que o colocassem de lado e não com a barriga no chão. O menino no sábado estava com o rosto machucado pela pressão imposta contra o corpo do menor ao chão, por Guardas Municipais.
Em casos de ataque epilético recomenda-se o atendimento absolutamente diferente ao oferecido ao filho de Aparecida de Fátima.
Bombeiros, médicos e PMs geralmente acalmam o paciente, colocam em decúbito lateral, [de lado], para facilitar o escoamento de muco e saliva e a eliminação de alimento ou vômito.
O queixo deve ficar em posição mais alta e as vias respiratórias desobstruídas, para melhorar a respiração.
PLANTÃO MÉDICO NÃO FOI ACIONADO
Contrastando a atenção dada a uma moça que passou mal, algum tempo antes do surto do menino, ela teve direito a uma ambulância e profissionais de saúde, mas o procedimento não se repetiu com o menor, que tem atraso mental, apesar de seus 16 anos.
“Meu filho tem cabeça de 10 anos ou 12 anos”, afirmou Aparecida de Fatima Vicente, moradora da Vila Mariana.
Enquanto o caso exigia atendimento médico, o menor era mantido imóvel contra o chão.
A chegada do pastor Helton Pereira, apesar de ter reduzido a violência contra o menor, promovido pela despreparada Guarda Civil Municipal, pouco ajudou. O pastor iniciou um exorcismo, com uma oração, expulsando os espíritos malignos do garoto.
O pastor também reclamou da forma como o rapaz foi “atendido”. “Usaram excesso de violência, isso não era necessário, o mal dele é espiritual. Estamos em um show gospel, com pastores e fiéis, não era necessário esse tipo de atitude, mas sim alguém para tirar o que o possuiu”, garantiu o religioso, ao blog O Grito Noticias.
NÃO FOI FATO ISOLADO
Desde a sua criação a Guarda Municipal de Botucatu tem sido apontada como despreparada e violenta.
De março até o dia 11 de abril foram registradas 2 ocorrencias na delegacia de policia contra guardas municipais, que teriam agredido botucatuenses em vias públicas e inúmeras reclamações de cidadãos que estavam em bares, durante blitz, com a PM.
O Secretário de Segurança do Municipio, Ricardo Santos, não se pronunciou sobre as denuncias de violencia, assim como o prefeito Mário Ielo.
IMAGENS DE O GRITO NOTICIAS
Imagens veiculadas no http://ogritonoticias.blospot.com, mostram o completo despreparo da Guarda Civil Municipal em atender um caso de epiletico, conforme foi revelado pela mãe, uma evangelica que vê seu filho ser atendido na Apae, desde os 8 anos.
'A reportagem do blog O Grito acompanhou o momento em que o rapaz foi retirado da multidão por um grupo formado entre 4 e 5 Guardas Civis Municipais, os agentes carregaram o rapaz por uma distância média de 50 metros, passaram a cerca de isolamento que divide a platéia e o palco e o levaram para a parte externa da festa, atrás do tapume que isola o acesso aos camarins', relata a reportagem.
Área, onde não havia naquele momento, qualquer espécie de viatura de resgate ou condições de atendimento médico.
A imobilização do rapaz foi feita nos paralelepípedos da rua, em sua face esquerda estava a mão de um dos agentes; os braços do menino foram cruzados nas costas por outro guarda civil enquanto um terceiro cuidava de cruzar também as suas pernas.
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