Um ataque terrorista realizado por extremistas muçulmanos num shopping da cidade de Nairóbi, no Quênia levou à morte 69 vítimas.
De acordo com a imprensa internacional, os terroristas que invadiram o shopping tornando os clientes reféns fazem parte do grupo Al-Shabab, que seria um braço da Al-Qaeda no país africano.
O presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta, revelou durante um pronunciamento que seu sobrinho e a noiva dele estão entre as vítimas fatais: “Eu mesmo perdi membros da minha família no ataque”. Kenyatta recebeu uma ligação do presidente norte-americano Barack Obama, que manifestou apoio ao governo. Obama tem parentes por parte de pai no país.
Os relatos das vítimas resgatadas com vida dão indícios de que a motivação do Al-Shabab é puramente religiosa. Os terroristas obrigavam as vítimas a recitarem uma oração islâmica antes de liberá-las. Quem não soubesse a prece, acabava fuzilado.
“Vi algumas pessoas se levantarem e dizer algo em árabe e os homens armados deixaram ir. Um colega meu disse que ele era muçulmano e recitou algo em árabe e eles o deixaram ir também. Eu vi um monte de crianças e idosos sendo mortos a tiros. Não entendo o motivo deles atirarem numa criança de cinco anos de idade”, relatou uma das vítimas resgatadas pelo exército queniano.
“Eles disparavam aleatoriamente em qualquer um que tentasse escapar”, afirmou Hannah Chisholm, uma turista britânica. “O tiroteio era alto e ficamos com medo, mas nesse momento nós pensamos que os atiradores eram ladrões”, disse ela, que só foi informada da real situação depois de ser resgatada, segundo a Sky News.
Elias Kamau disse aos jornalistas que os terroristas estavam à caça de pessoas não muçulmanas: “Os pistoleiros disseram que os muçulmanos se levantassem e saíssem. Eles estavam seguros, e os não-muçulmanos seriam mortos”.
O Quênia é um país com população majoritariamente cristã, chegando a 83% dos 44 milhões de habitantes. Os muçulmanos são 11%, com quase 4,5 milhões. O Al-Shabab prega a supremacia islâmica, e tem feito diversos ataques contra cristãos e adeptos a outras religiões no país.
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