Militantes muçulmanos da ilha Mindanao, sul do país, têm intensificado os ataques em vilas cristãs.
Os incidentes têm acontecido depois do fracasso de um acordo de paz fracassou que poderia ter aumentado uma região islâmica autônoma já existente.
Comandantes da Frente de Libertação Muçulmana (MILF), no sul das Filipinas, informaram em 5 de outubro que é necessário um apoio da comunidade internacional para evitar o início de uma guerra em grande escala em Mindanao. Habitantes muçulmanos e cristãos dos territórios disputados estão temerosos quanto ao que possa acontecer no futuro.
“O problema é que muitas pessoas que vivem nestas áreas não querem fazer parte da região autônoma muçulmana”, disse uma fonte de Mindanao, que preferiu se manter anônima.
“Quanto mais próximo dessas zonas, mais nervosas as pessoas estão” ele disse. “A cidade de Kolambugan, onde se deu a maioria dos confrontos de agosto, tornou-se uma cidade fantasma. Havia uma população de 25 mil. As pessoas estão retornando às suas casas aos poucos.”
Uma família cristã da área disse que muitas pessoas têm medo de dormir à noite, pois têm ouvido noticias de que podem ser atacados de madrugada.
“Quando as forças da MILF atacam vilas cristãs, os vizinhos muçulmanos temem que os cristãos venham atacá-los em vingança, mesmo que não tenham nada a ver com a violência”, a fonte complementou. “Isso já aconteceu no passado.”
Ela também explicou que alguns muçulmanos moderados são motivados a apoiar a MILF. Os rebeldes da MILF afirmam que os cristãos roubaram a terra de seus ancestrais. Comunidades em Mindanao sempre lutaram contra a extrema pobreza.
“Se a MILF tiver sucesso em ganhar o controle dessas terras, as pessoas entendem que sua situação econômica irá melhorar”, a fonte disse. “Então, apesar de querer terminar a disputa, também simpatizam com a MILF.”
Enquanto o conflito é primariamente político, a religião tem um papel significativo. Como um membro da Liga Jovem de Moro declarou em 5 de agosto em uma entrevista a uma rede de televisão nacional nas Filipinas: “Como um muçulmano, para viver de forma justa, você precisa viver sob a shariae um governante muçulmano. Nós acreditamos que temos o direto de lutar por isto.”
Outros membros da liga jovem concordaram no programa que a sharia era um objetivo primário da autonomia, e que o islamismo era o único “caminho verdadeiro de fazer qualquer coisa neste mundo”.
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