Jalal Moussa, 38, é a última vítima da campanha de ódio lançada pelos fundamentalistas islâmicos contra os cristãos na cidade de Mosul, com o silêncio da mídia e da comunidade internacional.
Jala, um cristão caldeu, foi baleado na frente da sua casa no bairro de Noor, o mesmo bairro onde Ragheed Gani e três diáconos foram mortos em 2007, e onde o arcebispo Paulo Farj Rahho foi seqüestrado. O seqüestro do arcebispo de Mosul, no final de fevereiro, terminou de forma trágica. Duas semanas mais tarde, quando o corpo do arcebispo foi encontrado em um estacionamento abandonado fora da cidade.
Fontes do AsiaNews revelam que poderia haver mais duas vítimas. Mas, no momento, não há detalhes sobre a identidade delas ou a maneira pela qual as mesmas foram atacadas.
Derramamento de sangue
Não há fim para o derramamento de sangue em Mosul: em menos de uma semana, nove pessoas morreram pelo simples fato de serem cristãos.
Na província de Nínive, vieram apelos dramáticos para que não haja silêncio a respeito das mortes freqüentes.
“Uma campanha está em andamento para retirar os cristãos da área”, revelou uma fonte ao AsiaNews. “Recentemente, um carro circulou com um alto falante pelas ruas no bairro de Sukkar, ordenando aos cristãos que partissem. As pessoas a bordo do carro gritavam o seguinte: ‘Ou os cristãos vão para fora da cidade, ou haverá mais vítimas e ataques.’”
A perseguição contra os cristãos poderia ocultar motivos políticos e econômicos, tramados juntamente com o elemento de confissão religiosa, motivando a violência cometida pelos fundamentalistas e jihadistas do pelo mundo islâmico.
Algumas das vítimas dos últimos dias eram donas de lojas, e tinham atividades comerciais em Mosul. Isso é um claro sinal de que terroristas têm a intenção de eliminar as atividades econômicas dos cristãos, forçando a população a deixar a cidade.
De acordo com algumas testemunhas, antes de atirar, os terroristas acusaram os cristãos de “ficar esperando a criação de um território encravado em terras estrangeiras”; então procederam com a execução a sangue frio.
A confirmação da periculosidade de Mosul – onde gangues de terroristas conectadas à al-Qaeda operam – vem de um comandante militar norte-americano. “A al-Qaeda está tentando fincar os pés no Iraque”, revela o general Mark Hertling, comandante das tropas norte-americanas no norte do Iraque. Segundo ele, Mosul é a base das operações que escolheram para lançar esses ataques, com a infiltração de militares estrangeiros da Arábia Saudita, Iêmen, Jordânia e Paquistão, através da fronteira com a Síria.
Mossu é também um lugar excluído das eleições marcadas para janeiro de 2009, nas quais ocorrerá um plebiscito separado que deve determinar o destino de toda a região, no centro da batalha entre as comunidades curdas e árabes.
Esse não é um fator isolado. Se for considerada a grande quantidade de petróleo esperando para ser retirado, o voto dos cristãos poderia ser decisivo, fazendo a balança pender para um lado ou outro.
Gueto cristão
O projeto da “planície de Nínive”– onde a intenção é supostamente criar um enclave no qual os cristãos do Iraque poderiam achar refúgio – tem sido o centro de especulações e polêmica. A maioria das igrejas do Iraque se opõe a ele, pois o enclave, na verdade, poderia ser transformado em um tipo de gueto para fazer calar os refugiados de Bagdá, Mosul, Kirkuk e Bassora.
O perigo é que o bairro poderia se tornar um gueto da minoria cristã, como Louis Sako, arcebispo de Kirkuk, descreveu o projeto em 2007, além de ser “uma terra criada para provocar revoltas, conflitos e tensões sociais”, como está acontecendo hoje na Palestina. Por essa razão, a Igreja tem sempre promovido “a coexistência debaixo da bandeira da paz e do respeito mútuo” entre as populações que estão “enraizadas histórica e tradicionalmente no Iraque”.
A violência em Mosul nas últimas semanas tem feito com que um crescente número de pessoas deixe a cidade. De acordo com estimativas dos cristãos locais, mais de 20 famílias decidem partir a cada semana. Este êxodo tem esvaziado bairros inteiros de cristãos, para a indiferença da mídia e dos governos do ocidente.
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