Alguns membros da contingência francesa foram realocados para a cidade de Gao. O ministro da Defesa da França disse que, apesar de o país estar reduzindo o número de soldados no Mali, que até então somava cerca de quatro mil, pretende manter no território maliano pelo menos mil soldados até o final do ano.
As circunstâncias do norte do Mali permanecem instáveis. Bancos e restaurantes de Timbuktu, assim como muitas outras empresas, não abriram desde que foram saqueados e vandalizados durante a ocupação de militantes islâmicos ligados à Jihad*. Veículos do exército patrulham as ruas, e civis estão proibidos de dirigir depois das 18 horas. Quase todos os habitantes deixaram a cidade. Moradores dizem que apenas algumas mulheres da etnia tuaregue** permanecem, todos os homens foram embora.
Acredita-se que existem grandes esconderijos de armas no deserto; além disso, atentados suicidas têm ocorrido de tempos em tempos. Na semana passada, por exemplo, dois soldados do Mali foram mortos e vários outros ficaram feridos em um ataque semelhante na aldeia Hamakouladji, ao norte de Gao.
"Ninguém sabe quando sofreremos mais atentados suicidas. É possível que isso aconteça em qualquer momento, em qualquer lugar. Tudo o que podemos fazer é continuar a patrulhar a área e estarmos sempre vigilantes", disse um oficial do exército à imprensa.
Até mesmo a capital Bamako, ao sul, foi afetada pelo clima de insegurança. Em março, forças de segurança prenderam oito pessoas suspeitas de planejar um ataque na capital, em nome do grupo militante islâmico chamado Movimento para a Unidade e a Jihad na África Ocidental. Oficiais do Mali informaram que as prisões foram o primeiro sinal de que rebeldes islâmicos ativaram células em Bamako.
"O grupo foi desmontado no início de março, mas desde então, essa, que é uma questão muito sensível, foi mantida em segredo", disse outro oficial, que falou à imprensa em condição de anonimato.
7º colocado na Classificação de países por perseguição, o Mali conta com as orações de irmãos ao redor do mundo. Mohamed Ibrahim Yattara, líder da Igreja em Bamako explicou: "Tudo [de ruim] que vivemos, de repente desapareceu e transformou-se em um sonho quando recebemos, com grande alegria, a intervenção do exército francês. O que era comumente chamado de ‘a crise no Mali’ aparentemente teria uma solução rápida". Agora, com a retirada das tropas francesas, a situação tende a se desestabilizar novamente. Clamamos pela paz na região.
Pedidos de oração
Continue orando pela segurança dos poucos cristãos que foram forçados a permanecer no território ao norte do Mali, enquanto outros fugiram. Não há nenhuma notícia deles desde então.
Um tempo atrás, a Portas Abertas foi informada de que alguns refugiados que estavam em Bamako decidiram voltar para suas casas ao norte do país, mas, ao que tudo indica, a maioria dos cristãos ficou na capital por mais tempo do que o previsto. Embora estes irmãos sintam-se seguros ali, a situação não é definitiva. Interceda por uma real proteção.
Peça ao Senhor para que os líderes da Igreja sejam capazes de ministrar mesmo em meio a essas circunstâncias tão difíceis. Os deslocados organizaram algumas reuniões de oração, para que pudessem cultuar a Deus e, agora, alguns pastores têm de cuidar de mais de uma congregação, que ficam normalmente muito distantes umas das outras.
Apresente a Deus todas as forças que trabalham para restaurar a paz no Mali. Ore para que elas sejam bem-sucedidas!
*Jihad: conceito essencial da religião islâmica; significa "empenho", "esforço". Mais detalhes aqui.
**Tuaregue: no dia 6 de fevereiro, rebeldes tuaregues lançaram uma grande ofensiva contra as forças armadas do Mali em uma tentativa de tomar a cidade de Kidal, ao norte do país.
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