Família de homossexual morto confirma suicídio, Jean Wyllys havia acusado cristãos pelo crime
O jovem homossexual de 17 anos passava por uma desilusão amorosa e se jogou de um viaduto em São Paulo
A morte de Kaique Augusto Batista dos Santos, de 17 anos, estava sendo investigada pela polícia de São Paulo desde o dia 11 de janeiro. As investigações trabalhavam com duas hipóteses: suicídio e homofobia.
O rapaz foi encontrado morto em um viaduto no centro da capital paulista com o corpo desfigurado. Por conta dos machucados e de alguns depoimentos, a investigação começou a apontar para crime cometido por homofobia, já que o jovem era homossexual assumido.
Na casa de Kaique a polícia apreendeu um diário com mensagens de despedida à família. O rapaz também deixava mensagens de tristeza e problemas pessoas nas redes sociais.
De acordo com o jornal O Estado de São Paulo ele passava por uma decepção amorosa. “Foi um choque. Ele não apresentava sinais de depressão”, afirmou a cabeleireira Isabel Cristina Batista, mãe da vítima.
O advogado da família, Ademar Gomes, conseguiu imagens de câmeras de segurança que mostraram que Kaique estava sozinho a cerca de 50 metros do local onde foi encontrado morto.
“Ninguém estava perto dele. O garoto estava cambaleando, e exames mostram que ele havia bebido no dia, mas podemos concluir que não houve homicídio”, afirmou.
Deputado acusou cristãos pela morte de jovem
Cinco dias após a morte do jovem o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) escreveu um texto no Facebook acusando cristãos da morte do rapaz e defendendo leis como a extinta PL 122/2006.
Ao comentar os crimes contra homossexuais, o parlamentar chega a dizer que os agressores recitam trechos da Bíblia enquanto espancam e matam as vítimas.
“É claro que a violência é praticada por pessoas violentas e os agressores são responsáveis por seus atos, mas não é por acaso que as vítimas dessas agressões sejam, repetidamente, jovens homossexuais, e que muitas vezes as pancadas venham acompanhadas por citações bíblicas.”
Wyllys diz que a culpa dos crimes cometidos contra homossexuais não é da Bíblia, mas dos pastores que ele julga por “charlatões”.
“A culpa não é da Bíblia, mas dos charlatães que, em nome de uma fé que não têm, distorcem seu texto e seu contexto para usá-la contra a população LGBT, pregando o ódio e convocando a violência. Eles fazem isso por dinheiro e poder — ou você acha que realmente acreditam em alguma coisa? — e o resultado é um país que já se acostumou a assistir no Jornal Nacional à morte de mais um jovem gay, mais uma jovem lésbica, mais uma travesti ou uma pessoa transexual, vítimas do ódio irracional que os fundamentalistas promovem.”
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