Mona Saroinsong, coordenadora de uma instituição de apoio às igrejas indonésias duvida que o país veja de novo a violência sectária que importunou Sulawesi nos últimos anos. Mas ela acredita que mais ataques de bombas sucederão a explosão ocorrida na véspera de Ano Novo do mercado cristão em Palu, que matou oito pessoas e feriu outras 56. Ela culpa o comportamento da polícia pela instabilidade da região.
Mona diz que a polícia e o exército não cooperam, mas obstruem um ao outro. "Isso torna difícil manter a lei e a ordem, que já são muito escassas". A maioria dos especialistas em terrorismo concorda que a explosão em Palu foi uma tentativa dos grupos islâmicos radicais de reacender o conflito religioso que atingiu o ápice em 2000-2001, deixando cerca de duas mil pessoas mortas. Sulawesi Central é uma das poucas áreas da Indonésia onde as populações cristãs e muçulmanas têm aproximadamente o mesmo número de pessoas.
Mona afirmou que "a raiva e o ódio mútuo existem, mas muçulmanos e cristãos consideram que as recentes atrocidades foram causadas por agentes externos e não por conseqüência do conflito religioso." Ela faz referência a militantes islâmicos que se fixaram em Sulawesi durante os piores anos da violência sectária e que incitaram os sentimentos extremistas na ilha.
Um estudo recente feito pelo Grupo de Crise Internacional mostrou que Sulawesi Central se tornou um refúgio para os guerreiros santos do islamismo. Na ilha está o grupo Kompak, formado pelo remanescente do primeiro grupo militante de lá, o Darul Islam. Também se encontra Jemaah Islamiya (JI), ligado ao al-Qaeda, cujo objetivo é criar um califado islâmico.
Para Mona, a rivalidade entre a polícia indonésia e o exército fortalece a presença de extremistas islâmicos em Sulawesi. "Se o presidente Susilo Bambang Yudhoyono não interferir e reorganizar as duas forças, receio que futuros ataques sejam inevitáveis", ela alertou.
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