Radicais muçulmanos na Indonésia estão recorrendo à pressão da maioria para que a justiça considere culpadas as três mulheres acusadas de evangelizar crianças muçulmanas.
No início desse ano, Rebekka Zakaria, Ratna Mala Bangun e Ety Pangesti conduziam o programa "Domingo Feliz" em suas casas na vila de Haurgelis, ao oeste da ilha de Java. Um grande número de crianças muçulmanas comparecia ao programa com a permissão de seus pais.
Nenhuma das crianças se converteu ao cristianismo e nenhum dos pais se opôs às reuniões. Independentemente disso, em um aparente movimento para silenciar ou prejudicar atividades cristãs nos lares, denúncias acusando as mulheres de evangelismo foram feitas ao Conselho do Clero Muçulmano (MUI). As mulheres foram presas no dia 13 de maio, permanecendo nesta situação desde então.
As audiências do julgamento, que ocorrem toda quinta-feira desde o dia 30 de junho, duram até duas horas. Na última quinta-feira, o julgamento durou somente quinze minutos consistindo no depoimento de Abdul Wahid Syakuri, oficial do Distrito de Indramayu do Departamento de Religião e vice-presidente do MUI.
Ele admitiu que não assistiu a nenhuma reunião do programa Domingo Feliz e alegou que seu propósito em testificar era de explicar os regulamentos dos assuntos religiosos. Ele acusou as três mulheres de violar os dois regulamentos: o que proíbe a ajuda a alguém para mudar de religião, e o que proíbe usar fundos estrangeiros na expansão da apostasia. Entretanto, nenhuma prova foi enviada para documentar suas acusações. Até agora, todas as testemunhas de acusação admitiram que não presenciaram as reuniões do Domingo Feliz, que todas as crianças que participavam do programa eram "boas crianças" e que nenhuma delas mudou de religião.
Mesmo assim, Syakuri declarou que, ao ensinar as crianças muçulmanas sobre o cristianismo, elas defenderam a apostasia e violaram ensinamentos claros do Hadiths Islâmico, que diz que "toda a criança é nascida no estado de pureza".
Se os procedimentos são distorcidos, o que precede cada sessão é caótico. Cada semana, uma hora antes de iniciar a sessão, os radicais, identificados como militantes "mujahadeen", chegam de caminhão e começam a bradar "Allahu Akbar!" ("Alá é grande!"). Outros, além disso, carregam faixas com os dizeres: "Eliminem as apóstatas!" ou "Enforquem as pagãs!".
Nessa última semana o clero muçulmano liderou uma cerimônia nas escadas do tribunal, durante a qual oravam: "Alá una os corações de seu povo. Não aceitamos a 'cristianização' na terra de Indramayu. Não estamos dispostos a assistir a comunidade islâmica sendo dilacerada. Não aceitamos que vinte e duas crianças sejam levadas à igreja nem que os ensinos do islã sejam substituídos pelos ensinos do cristianismo. Derrame sua ira na terra de Indramayu pelas artimanhas de Rebekka e suas amigas, a quem recebemos pacificamente, mas que acabaram trazendo a apostasia para a terra de Indramayu".
Quando as mulheres chegaram para as duas primeiras sessões, a polícia mal pôde impedir a multidão de atacá-las. No dia 21 de julho, cem policiais chegaram uma hora antes, garantindo a segurança das três mulheres.
O número de pessoas crescia no tribunal. O clima esquentava, e, bradando em árabe e recitando versos do Corão, a multidão buscou impor sua vontade. Foi preciso solicitar que alguns muçulmanos deixassem a corte para que algumas poucas pessoas favoráveis às três mulheres pudessem entrar.
Um líder bradou: "Os muçulmanos amam a paz e todas as religiões, mas, se somos incomodados, então é como se fosse acordar um leopardo. Se os nasrani (cristãos) ou judeus tentam agir de alguma maneira, iremos expulsá-los de maneira indiscriminada. Estamos prontos para ir a Jihad. Os cristãos serão eliminados caso o islã se una".
Outro declarou: "Pastores, missionários e vocês três, não tenham a audácia de tentar qualquer tipo de coisa, pois estamos prontos a entregar nossas vidas ao islã!".
Os muçulmanos continuaram com os seus protestos e orações dentro do tribunal. Uma mulher contou: "O grito 'Allá Akbar' (Alá é o maior) era ensurdecedor".
Outra faixa dizia: "Não deixem que casas sejam usadas para atividades cristãs".
Um jornalista cristão, conhecido somente como Ibrahim B., comentou: "Será que eles percebem as implicações das faixas convocando a proibição das atividades cristãs nos lares? Se orações e louvores são ilegais nas residências, isso seria uma violação dos direitos humanos básicos dos cristãos".
"Reuniões de oração consideradas ilegais fariam com que quaisquer das cinco orações diárias muçulmanas se tornassem ilegais em qualquer residência muçulmana fora das mesquitas".
"Tenho certeza que eles não têm essa intenção, mas uma lei que é imposta somente a uma religião e não se aplica a outra caracterizaria uma perseguição brutal, discriminação religiosa e violação dos direitos humanos."
Ibrahim ainda acrescentou: "Foi difícil não pensar que houve um duplo critério na maneira com que o governo aplicou as regulamentações. Os protestos dos muçulmanos na entrada do tribunal estavam de acordo com as atividades religiosas permitidas? Dificilmente! Tal proibição se aplicaria aos cristãos."
"Tal proibição seria uma interferência brutal na liberdade de religião garantida na Constituição da Indonésia de 1945 e no Gráfico dos Direitos Humanos da ONU da Liberdade de Religião".
Por fim ele disse: "O que isso tudo diz sobre a disposição dos radicais muçulmanos em acatar a lei nacional? Parece que a lei só será aceita se o veredicto final for da maneira deles".
A promotoria dos muçulmanos radicais está agora exigindo que as três mulheres cristãs recebam cinco anos de prisão por "cristianizar" crianças muçulmanas. Em contraste a esse episódio, a mais longa sentença aplicada aos envolvidos no atentado à embaixada australiana no ano passado, que matou dez pessoas e feriu outras duzentas no ano passado, é de quatro anos.
É essa justiça, ao estilo indonésio, que irá decidir o destino da pastora Rebekka, Ety e Ratna. Os cristãos indonésios suplicam para que orem a favor das três mulheres. Além disso, através da campanha de cartas, é possível enviar mensagens que levem consolo a essas irmãs perseguidas.
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