Como imaginar a vida política no país sem a participação dos evangélicos? O questionamento foi feito por Roberto Mangabeira Unger, ex-ministro dos governos Dilma e Lula, durante uma entrevista à Folha de S. Paulo. Entre críticas ao governo Temer e uma breve análise do contexto político atual do Brasil, o ex-peemedebista reconheceu que as convicções políticas acabam inevitavelmente associadas também a conceitos religiosos.
Aos 69 anos, Mangabeira está filiado ao PDT, colabora com a possível candidatura de Ciro Gomes à Presidência em 2018 e se define como "pensador de esquerda".
Quando questionado sobre a ascenção dos evangélicos na política brasileira (seja como eleitores ou candidatos), o ex-ministro classificou como "preconceituoso" o desmerecimento do significativo grupo.
"O desmericimento é um dos maiores escândalos da nossa vida nacional. Eles encarnam a nova consciência que se afirma no país: cultura de autoajuda e de iniciativa", disse.
"Difunde-se essa consciência a partir da pequena burguesia empreendedora, evangélica e católica e alcança número crescente de trabalhadores mais pobres".
Política e religião
Mangabeira também foi questionado sobre a possibilidade da ascensão política dos evangélicos ser algo positivo e reconheceu que tentar dissociar os princípios de fé das convicções políticas acaba sendo uma "distorção".
"Como [esta ascensão] pode não ser boa? Como se pode imaginar a vida política no país sem a sua participação? É uma distorção da ideia republicana imaginar que as pessoas não possam inspirar suas convicções políticas em convicções religiosas", afirmou.
Fator em questão na entrevista com Mangabeira, a influência crescente dos evangélicos na política brasileira (seja como eleitores ou candidatos) tem chamado a atenção de analistas políticos.
Exemplo disso foi a eleição do candidato evangélico Marcelo Crivella à prefeitura do Rio de Janeiro no segundo turno das eleições (2016), que ganhou até mesmo manchetes em sites internacionais (cristãos e seculares).
"Sua vitória iminente no segundo turno das eleições de 30 de outubro reflete o crescimento de um bloco evangélico, que está direcionando a política brasileira para a direita e se tornará mais poderoso e influente", disse parte de uma matéria do 'Financial Times'.
Debates
Por outro lado, a crescente busca pelo voto evangélico também tem atraído cada vez mais críticas, considerando que a "visita" de candidatos a igrejas no período eleitoral ainda gera grande polêmica.
Em Novo Hamburgo (RS), um pastor chamou a atenção da mídia ao colocar em frente à sua igreja, uma faixa com uma mensagem bem direta aos políticos de sua região.
"Senhores candidatos a vereadores e a prefeito, estamos há três anos nesta comunidade e nunca tivemos o privilégio de suas visitas. Queremos continuar assim até outubro deste ano. Após este período, serão bem-vindos!", dizia o texto da faixa, que havia sido fixada em frente ao templo.
Pastor da Igreja Batista Nacional Avivar, Juliano afirmou na época, ter a esperança de que a mensagem sirva de alerta aos políticos que costumam "buscar votos" nas igrejas.
"Com isso, quem sabe a gente conscientiza um pouco os políticos? Depois disso, nossas portas estarão abertas para todos eles", destacou.
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