A Igreja Batista de Westboro, de Topeka, Kansas, conhecida mundialmente por seus protestos contra diversos assuntos, e acusada por muitos de intolerância religiosa e fundamentalismo, volta ao centro das atenções devido a declarações da neta de seu fundador, Fred Phelps.
Libby Phelps Alvarez deixou a polêmica denominação em março de 2009, abrindo mão do ativismo exercido por seus membros. Agora, quase quatro anos depois, Libby resolveu falar sobre os ensinamentos da igreja numa entrevista ao programa “Today Show”, da rede de TV NBC.
Na entrevista, considerada como “emotiva” pelo Huffington Post, Libby descreveu a vida que deixou para trás, abandonando o ódio e intolerância pregados pela igreja, e afirmou ter passado por uma “lavagem cerebral”.
-Eles pensam que eles são os únicos que estão indo para o céu e se você não ir for à igreja, é porque você vai para o inferno – afirmou.
Segundo Libby, a congregação se motiva principalmente pelos conceitos homofóbicos pregados pela liderança. Ela relatou lembrar-se de um momento específico, que foi quando percebeu que não poderia mais ser parte do grupo.
-Houve um momento em que nós começamos a orar para as pessoas morressem. Eu realmente não quis fazer isso, mas eu estava por perto quando eles fizeram – revelou.
A entrevista chocante da neta do fundador da denominação não é o primeiro relato que acusa os fiéis e a liderança da Igreja Batista Westboro de culto ao ódio. A filha do pastor Fred Phelps, Nate, criticou abertamente os planos da denominação de promover manifestações durante os funerais das vítimas do tiroteio na escola Sandy Hook, em Newtown.
Após a repercussão da entrevista ao Today Show, o porta-voz da igreja afirmou que os familiares que ainda pertencem à denominação cortaram relações com Libby e sua irmã, Megan. “Se elas continuarem com a posição que eles têm, essas duas meninas estarão indo para o inferno”.
Libby e Megan divulgaram um comunicado lamentando que suas declarações tenham causado dor à sua família: “Sabemos que temos feito e dito coisas que machucam as pessoas . Infligir dor aos outros não era o objetivo, mas foi um dos resultados. Nós desejamos que não fosse assim, e lamento que machuque. Eles agora nos consideram traidores, e estamos afastados de suas vidas, mas nós sabemos que eles são bem-intencionados. Nós nunca vamos deixar de amá-los”.
No site da instituição – godhatesamerica.com – há uma seção com as impressões da Batista de Westboro em relação aos demais países do mundo. Sobre o Brasil, o texto classifica o país como uma “Sodoma moderna” e manifesta o desejo de ver o nossa nação “destruída”.
“O Brasil é uma representação bastante justa de uma Sodoma moderna e do mundo Antediluviano – uma nação de pessoas entregues a comer e beber até a borda, cumprindo cada desejo que seja desperto. No Brasil, viados são confiantes e orgulhosos, com sua Parada do Orgulho LGBT em São Paulo, a maior do mundo. Da mesma maneira como Sodoma e Gomorra, a vontade é que o Brasil – juntamente com o resto do mundo – seja destruído”, diz o texto.
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