Esther* nasceu em uma família da tribo Sama, no Sul das Filipinas. Sama é um dos grupos muçulmanos muito conhecido pelas crenças animistas. “Eu e minha família vivíamos com medo dos espíritos. Todos reverenciavam aos antepassados mais do que a Deus, até que um dia, quando eu tinha sete anos de idade, quase morri devido a várias doenças”, conta.
Durante esse período a pequena Esther ficou fraca e não queria mais comer. Sua pele secou e ficou com a cor violeta. Sua família estava convencida de que ela iria morrer, então se preocupou por não ter um caixão ainda preparado. Essa situação mudou dramaticamente quando uma de suas tias, que era cristã, foi visitá-la. “Essa tia orou e jejuou pela minha cura e depois de uma semana eu fiquei bem, e na outra semana ainda melhor. Depois disso, todos de minha família abandonaram as práticas animistas para seguir a Cristo”, afirma.
Início da vida cristã
Depois do milagre, Esther cresceu frequentando uma escola dominical, aprendendo sobre Jesus e a Bíblia. Seu desejo de conhecer a Deus crescia a cada dia e, quando ela completou 12 anos, ela selou seu compromisso com o Senhor através do batismo nas águas. Ao crescer em sua fé, veio então o desejo de servir a Deus em seu coração.
“Se não fosse pelas restrições financeiras, eu seguiria em frente com meus estudos até concluir uma faculdade teológica”, diz. E apesar de não ter esse sonho totalmente concluído, surgiu uma oportunidade. A Portas Abertas lhe ofereceu um curso de Liderança Cristã e ela teve a chance de realizar uma grande obra no meio do seu povo. Ela também participou de um treinamento para o ministério de ensino, a fim de alfabetizar os cristãos filipinos durante 7 anos.
Ameaças, perigos e desafios
“Um dia, a caminho da aula de alfabetização, um homem muçulmano me parou e ameaçou atirar em mim com uma arma, caso eu continuasse ensinando e compartilhando minha fé em Cristo. Eu sorri para ele e segui em frente. Para minha surpresa, ele nunca mais me parou e ainda sorria sempre que eu passava para visitar sua comunidade”, relata.
Em 2006, Esther passou a ajudar no programa de alfabetização como assistente de coordenadoria. Embora ela tivesse recusado a oportunidade por não saber manusear um computador, tudo deu certo e ela já completou 10 anos no cargo. Ela também atende às mulheres num curso de tecelagem. “Eu sempre dizia não a estes convites, achando que não teria capacidade de executar tantos trabalhos, mas Deus sempre usa as pessoas para rebater minha negatividade e me empurrar para frente, mostrando que minha fé não tem limites”, disse ela sorrindo.
Atualmente, Esther está casada e tem uma filha. Ela e o marido recebem ameaças de morte constantemente, principalmente nas comunidades onde realizam estudos bíblicos. Há dias em que alguns moradores de aldeias esperam por eles, durante horas, para prejudicá-los. “Milagrosamente, Deus sempre usa alguns irmãos para nos avisar e nos levam para rotas mais seguras. Com todas as ameaças, dificuldades, problemas e provações que passamos, nunca deixaremos de servir ao Senhor. Eu não posso parar de dizer às pessoas sobre Jesus porque eu mesma já experimentei o poder, o amor, a bondade e a fidelidade dele em nossas vidas”, finaliza Esther.
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