O anúncio do adiamento foi feito pelo comandante de Polícia de Sulawesi, general Oegroseno, que afirmou que a ordem foi dada pelo general Susanto, comandante geral da Polícia. A decisão foi anunciada depois que o presidente Susilo se reuniu com os principais ministros da área de segurança, incluindo o advogado-geral da Indonésia Abdul Rahman Salen; o ministro-chefe de Políticas, Segurança e Assuntos Legais, o ex-almirante Widodo Adi Sutjipto; e o comandante militar, Djoko Suyanto. O general Susanto confirmou o cancelamento da execução.
Na verdade, o cancelamento é apenas temporário, aparentemente porque "toda Indonésia está se preparando para celebrar o 61º aniversário de independência no próximo dia 17 de agosto", declarou o general, quando deixava o Palácio do Governo.
A execução foi reagendada para três dias depois das comemorações do Dia da Independência, ou seja, para o dia 20 de agosto.
Apesar da explicação oficial, acredita-se que o adiamento aconteceu por causa da forte pressão sobre o governo, feita por vários grupos, incluindo ONGs, ativistas de direitos humanos, líderes eclesiásticos, a comunidade internacional e até o Vaticano.
Orações ao redor do mundo
O ministro do Exterior, Hassan Wirajuda, disse que o governo está preparado para explicar as razões da sentença.
Enquanto isso, milhões de cristãos ao redor do país oraram e se manifestaram em vigília em favor dos três homens.
Em Jacarta, acontece uma vigília em frente ao Monumento da Proclamação. Em Ende (Ilha das Flores), local de origem dos três cristãos, milhares de moradores participaram de uma marcha à luz de velas pelas ruas da cidade. Em Manada (Sulawesi Central), o bispo Peter Canisius Mandagi celebrou um ofício à meia-noite.
Para o frei Norbert Betham, conselheiro espiritual dos três prisioneiros, a decisão foi um milagre: "Isso é obra de Deus", ele disse. "Momentos antes o guarda nos mostrou os três caixões em que seriam colocados os corpos" dos três homens.
A Solidariedade Cristã Mundial (CSW, sigla em inglês), uma organização que monitora a liberdade religiosa, informa que aconteceram vigílias de oração na região e ao redor do mundo, enquanto ativistas continuavam a apelar em favor dos três homens junto às autoridades indonésias. A União Européia e outras instituições ergueram suas vozes em oposição à sentença de morte de Fabianus Tibo, Dominggus da Silva e Marinus Riwu.
Para Thomas Mervyn, diretor da CSW, "é vital que a pressão sobre o governo seja mantida. Há evidências substanciais que justificam o pedido de um novo julgamento". É importante que os cristãos ao redor do mundo continuem a interceder e a confiar no Deus de toda justiça.
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