O Conselho Nacional Evangélico do Peru (Conep) e representantes de organizações evangélicas das regiões andinas e amazônicas pediram ao Estado que dialogue com as comunidades nativas e que reconheça seus direitos e necessidades.
Os evangélicos se pronunciaram depois que o Congresso Nacional derrogou os decretos 1015 e 1073 (chamados de “Lei da Selva”), encaminhados pelo presidente da República, Alan García. Os dois decretos pretendiam impulsionar o investimento privado em terras nativas, iniciativa que desatou protestos dos moradores locais durante quase uma semana.
Em carta pastoral, as instituições anotam que o trabalho pastoral e missionário realizado na serra e na selva peruanas permitiu aos evangélicos “apreciar e valorizar a riqueza ancestral e a diversidade étnica, cultural e lingüística dos povos indígenas andinos e amazônicos, bem como as expressões solidárias e comunitárias que lhes permitem continuar apesar da precária situação em que vivem”.
A carta pastoral é assinada por Pablo Villogas, da Coordenadoria Nacional de Associações Cristãs Indígenas – Peru (Conaci); Rafael Ahuanari, da Fraternidade de Associações de Igrejas Evangélicas Nativas da Amazônia Peruana (Faienap); Walter Atencia, de Jesucristupa Alli Willacuyninta Cushisha Apagcuna (JAWCA); e Armando Díaz, da Missão Integral Nativa da Amazônia Peruana (Minap).
Na declaração “Por um país inclusivo”, o Conep demandou do Estado e da sociedade civil a realização de “esforços concretos de reconhecimento e solidariedade junto aos excluídos da sociedade”, buscando soluções reais aos problemas dessas áreas.
O Conep denunciou que as comunidades nativas “vivem em condições de extrema pobreza, exclusão e má qualidade de vida, tendo os seus direitos humanos, econômicos, sociais e culturais restringidos”. Segundo a entidade, esta situação será superada através de “uma atitude de humildade e de reconhecimento de nossas responsabilidades éticas”.
Diante desse cenário, o Conep comprometeu-se a acompanhar “os nossos irmãos e irmãs das comunidades nativas, a fim de que possam viver dignamente”. O organismo evangélico solicitou às autoridades do país para que “desenvolvam ações que possibilitam que os povos nativos e indígenas sejam reconhecidos em seus direitos e acompanhados no impulso de um desenvolvimento inclusivo e integral”.
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