Uma pesquisa do instituto Escutec, divulgada pelo jornal O Estado do Maranhão em 2 de dezembro, constatou que dos 97% dos ludovicenses (os que nascem em São Luís) que têm uma religião, “os evangélicos das diversas tendências (tradicionais e pentecostais) somam 35%”. Apesar da maioria de católicos, o relatório apontou uma “tendência de crescimento do universo dos evangélicos”.
Dizem os pesquisadores: “A pesquisa apurou que é real o movimento de pessoas de uma igreja para a outra, chegando a mais de 21% o percentual das que admitem já ter mudado de religião, e é aí que se verifica a tendência de crescimento das igrejas evangélicas, pois quase todas as trocas de religiões registradas são no sentido delas. Dos que largam suas crenças de origem, praticamente 80% eram católicos que procuraram uma das tendências do protestantismo”.
Segundo o estudo, “menos de 3% da população de São Luís é formada por pessoas que não seguem nenhum credo religioso. Outra constatação é a de que as pessoas se dividem quanto ao fato dos líderes das igrejas tomarem partido político, mas é mínima a parcela dos fiéis que se dizem seguidores dos seus chefes espirituais quando o assunto é o voto”.
A pesquisa Escutec/O Estado ouviu 411 pessoas, entre terça-feira e quarta-feira da semana anterior à divulgação, “sobre o comportamento religioso do morador da capital maranhense” e afirma que, além dos evangélicos, “os católicos formam 60,4% da população, enquanto os espíritas aparecem com 1,5%, os umbandistas com 0,2% e os que seguem outros credos totalizam 1,2%”.
Outras informações relatadas pelos pesquisadores em matéria do jornal maranhense:
“Praticamente 93% dos que se dizem seguidores de uma religião afirmam que não fazem nenhuma restrição a praticante de um outro credo que não seja o seu.”
“A freqüência dos ludovicenses nas igrejas registra percentuais do comportamento católico que predomina com a tradição de ir à missa apenas aos domingos. Eles estão representados pelos 53,1% dos entrevistados, que afirmaram freqüentar a igreja apenas uma vez por semana. Mas a soma dos que vão mais de uma vez por semana ao seu templo religioso chega a 32,7% – 15,2% disseram que vão duas vezes, 11,2% três vezes, 4,9% quatro vezes e 1,4% freqüenta a igreja cinco vezes ou mais – ou seja, quase os 35% de evangélicos identificados pela pesquisa em meio à população de São Luís. Ainda assim, 12,5% afirmaram não ir à igreja nenhuma vez.”
“Sobre o envolvimento dos chefes das igrejas com a política partidária, 41,6% dos fiéis dizem que não se importam com isso e acham até que é legítimo cada um tomar uma posição e propagá-la, mas só 18,6% dizem que seguem o seu chefe de igreja na hora do voto, ou seja, a proporção de validade de apoio de um padre ou pastor é de menos de um voto para cada grupo de 5 eleitores ligados a uma organização religiosa.”
“A maioria quer ver as duas instituições, política e igreja, separadas. Isso se verifica quando 54% das pessoas que se dizem religiosas condenam o fato do seu líder adotar uma posição político-partidária. Mais ainda quando 76,3% dos fiéis de diferentes credos religiosos dizem que não seguem o voto do seu líder.”
Sobre o dízimo, “o que se vê é que nem a fatia que seria das igrejas evangélicas emplaca os 10% sobre aquilo que se ganha durante um mês. Contribuições de 6 a 10% são de apenas 22% da população e, acima disso, de apenas 2,7%. A maior fatia, de 38,1%, é das pessoas que dão de 1 a 5% do que ganham, e mais de 36% confessam que não dão nada para a igreja.”
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