O governo da Espanha retirou a ajuda financeira oficial à Igreja Católica no país, depois que a instituição se opôs ao casamento gay e chegou a pedir votos para a oposição nas últimas eleições. Como resultado, a Igreja está fazendo uma campanha publicitária em que pede dinheiro aos fiéis.
A Igreja espanhola era a única da Europa financiada com verba do governo, segundo dados do Parlamento Europeu. O governo dava por mês 11,7 milhões de euros, pouco mais de 141 milhões anuais.
Mas o governo do primeiro-ministro José Luis Rodríguez Zapatero decidiu cortar o orçamento. O novo sistema de financiamento depende só dos fiéis. Na declaração de renda, os católicos têm a opção de marcar uma lacuna em que pedem que 0,7% dos seus impostos sejam doados à Igreja Católica.
Por conta disso, a Conferência Episcopal da Espanha lançou a campanha pedindo fundos. A cúpula da Igreja espanhola está entre os principais críticos das políticas liberais do governo Zapatero.
Em um duro recado no fim do ano passado, os bispos e cardeais católicos lideraram uma manifestação em Madri, em que chegaram a afirmar que a democracia espanhola corre o risco de “se dissolver” por conta da “cultura do laicismo radical”.
A possibilidade de escolher o destino dos impostos para fundos sociais (para todos os contribuintes e todas as organizações não-governamentais) existe desde 1988. Para a Igreja, eram destinados 0,52% dos impostos. Os bispos pediram aumento para até 0,8%, mas o governo o fixou em 0,7%.
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