Um grupo fundamentalista de hindus acusou uma escola cristã em Sukma, bairro em Chhattisgarh, de forçadamente distribuir cópias do Novo Testamento para estudantes com a pretensão de convertê-los.
Em uma reclamação aos oficiais de Sukma, o Fórum para o Reavivamento Religioso insistiu que o Padre Victor Manuel Raj e outros membros da equipe da escola sejam incriminados e acusados por distribuírem 600 Bíblias e outras literaturas missionárias a estudantes na escola.
"Além do mais, o Padre e outros membros da equipe que pregam cristianismo não estão autorizados a viverem nas instalações da escola", disse um oficial do Fórum.
O Fórum também exibiu uma lista bem específica de exigências para a escola seguir. Oficiais do bairro pediram à escola para que cumprissem com essas exigências. O gerente geral então escreveu uma carta de recorrência.
Entretanto, quando eles chegaram ao escritório no dia 15 de dezembro para apresentar a carta, foram informados para aguardar até 19 de dezembro, data em que seria divulgado o resultado das eleições. A escola continua aguardando pela convocação.
A English Medium High School em Sukma foi estabelecida pela Índia Missionary Society em Tirunelvedli em 1983. Atualmente a escola possui 600 estudantes.
A DJM entrou com uma reclamação na delegacia de Sukma no dia 6 de novembro. Eles alegaram que a escola tinha colocado cópias do Novo Testamento nas mochilas dos estudantes, ameaçando-os a não deixarem passar de ano caso recusassem.
Em resposta, a escola escreveu ao distrito. "Nós o informamos de que demos o Novo Testamento aos estudantes sem qualquer intimidação e não falamos aos estudantes que eles receberiam mais notas caso lessem", explicou o Ver. Dr Victor Manuel Raj, um dos principais na equipe da escola.
Ativistas da DJM invadiram a escola e interromperam as aulas nos dias 16 e 17 de novembro.
"No dia 17 de novembro, a Sub-Divisional da Sukma realizou uma reunião entre oficiais da DJM e autoridades da escola", disse Raj ao CompassDirect. "Durante a reunião, a DJM fez várias exigências para a gerência da escola".
A lista incluía banir os cristãos de pregar, de tocar músicas e de guardar materiais missionários na escola. A DJM também pediu que a escola colocasse uma estátua ou fotografia da deusa Bharat Mata (Mãe Índia) em algum local das instalações escolares.
Bharat Mata é considerada tanto uma deusa como uma concepção promovida por nacionalistas hindus, que vêem o país como uma terra sagrada dos Hindus. Escolas comandadas por organizações hinduístas geralmente colocam uma foto ou estátua de uma deusa como um objeto de adoração.
A DJM também pediu que a equipe escolar fosse compreendida em pelo menos 50% de não cristãos. Eles também propuseram a formação de um comitê de representantes da escola e da comunidade que investigaria, sob orientação de oficiais do distrito, qualquer "atividade missionária" na escola.
Finalmente, os ativistas hindus pediram aos oficiais do distrito para fecharem a escola caso deixassem de cumprir essa exigências.
"O magistrado pediu para nós respondermos em escrito até o dia primeiro de dezembro", explicou Raj. "Solicitamos mais quinze dias". Nosso pedido foi assegurado e fomos informados para nos relatarmos até o dia 15 de dezembro.
"Quando fomos até o escritório com a nossa carta, fomos informados para aguardar até o dia 19 de dezembro. Talvez pelo fato das eleições locais terem ocorrido naquele mesmo dia. Entretanto, nós já temos nossa resposta, em que humildemente pedimos para o magistrado reconhecer que a maioria das demandas é inconstitucional".
"As demandas emitidas pelos hindus são inaceitáveis e inconstitucionais", confirmou ao CompassDirect um representante da CLAI (Christian Legal Association of Índia). "Eles nitidamente violam o Artigo 40 da Constituição Nacional, que concede às minorias religiosas o direito de estabelecer e administrar instituições educacionais como bem entender".
Os advogados da CLAI dizem que também é inconstitucional o fato de pedirem que 50% da equipe na escola seja de não cristãos e que o acesso à literatura e música seja restrito.
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