A embaixada do Irã no Brasil publicou uma nota à imprensa durante a última semana dando esclarecimento sobre o caso do pastor Yousef Nadarkhani, preso no Irã desde 2009. A nota confirma que não foi emitida pelo Poder Judiciário daquele país sentença definitiva de condenação contra o pastor e afirma que ele não foi preso por apostasia, mas por outros crimes.
Iniciada com a expressão ‘Em nome de Deus’ a declaração diz que a Constituição do Irã “reconhece os seguidores das grandes religiões celestiais, incluindo cristãos, como minorias religiosas aceitando e enfatizando os seus direitos de cidadãos (…) estão livres para realizar cultos e ensinamentos religiosos e praticar estados cívicos, baseados em sua formação”.
Na nota, o embaixador iraniano, Mohamad Ali Ghahezadeh, declara que Nadarkhani não teria sido preso por apostasia – por ter se convertido e praticado evangelismo entre os muçulmanos locais – mas sim por outros delitos, como roubo e prostituição. O assunto, inclusive, havia sido tratado em um encontro da Frente Parlamentar da Família com o embaixador do Irã no Brasil na terça-feira.
O senador Magno Malta chegou a fazer um discurso sobre o caso na terça-feira (06), mas no dia seguinte seu gabinete recebeu uma mensagem creditada ao Tribunal de Justiça do Irã. O documento, com data de 5 de dezembro de 2010, diz que Yousef Nadarkhani foi condenado por “ter virado as costas para o Islã”, sem fazer referência a crimes como roubo ou prostituição.
O Centro Americano para Lei e Justiça (ACLJ – sigla em inglês) também divulgou um documento, que afirma ser o veredicto da Suprema Corte do Irã. O documento expressa que a condenação do pastor foi por apostasia, diferentemente do que disse o embaixador do Irã no Brasil.
De acordo com a Agência Senado, Magno Malta informou que, diante do documento que apontava na direção contrária do que foi conversado com o embaixador iraniano, voltou à embaixada do Irã para apurar o fato, e que por orientação do embaixador iraniano vai pedir a embaixada do Brasil no Irã para fazer a tradução dos documentos, para que possa apurar o caso.
“Não queremos interferir na cultura de outro país. O que queremos é clemência e misericórdia. Somos a favor da vida”, afirmou o senador.
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