Iniciada por Manoel de Mello e Silva, a Igreja Pentecostal O Brasil para Cristo tem sido marcado por uma história repleta de perseguições, superações e triunfos desde sua fundação, em 1955.
Em comemoração aos 60 anos de trajetória, a denominação reuniu milhares de fiéis neste sábado (5) no Grande Templo, no bairro da Pompeia, zona oeste de São Paulo. Líderes e representantes de outras denominações evangélicas, como a Assembleia de Deus Madureira, Evangelho Quadrangular e Renascer em Cristo também marcaram presença.
Após a abertura oficial do evento, realizada pelo pastor Luiz Fernandes Bergamin, presidente do Conselho Nacional das Igrejas Evangélicas O Brasil Para Cristo, o pastor Roberto de Lucena, que já foi presidente nacional da denominação, fez um emocionante discurso.
Em comemoração aos 60 anos de trajetória, a denominação reuniu milhares de fiéis. (Foto: Guiame/ Marcos Paulo Corrêa)
“Não são muitas as igrejas desse País que chegaram a essa data, e não são muitas as igrejas que chegaram a essa data da maneira que O Brasil Para Cristo chegou”, disse Lucena, que atua também como secretário de Turismo do Estado de São Paulo.
Manoel de Mello era um trabalhador da construção civil, que veio a São Paulo do sertão de pernambucano em busca de oportunidades. A maior delas aconteceu quando entregou sua vida a Jesus Cristo e se converteu na Assembleia de Deus.
Algum tempo depois, aderiu à Cruzada Nacional de Evangelização, que deu origem à Igreja do Evangelho Quadrangular brasileira. Em 1955, nos Estados Unidos, foi ordenado ministro pela International Church of the Foursquare Gospel (Igreja do Evangelho Quadrangular).
Missionário Manoel de Mello e Silva, fundador da Igreja Pentecostal O Brasil Para Cristo. (Foto: Arquivo Pessoal)
Neste mesmo ano, Manoel relata que teve uma visão de Deus, que o comissionou a começar a obra que ficou conhecida como O Brasil para Cristo, fundada em 1956, depois de voltar para o Brasil.
A igreja O Brasil Para Cristo cresceu, em grande parte, nas áreas pobres e operárias da zona leste de São Paulo, e alcançou destaque entre as denominações pentecostais do Brasil. Movimentos pentecostais como a Igreja Pentecostal Deus é Amor e a Casa da Bênção foram originados na igreja.
Suportando a perseguição
Atualmente, o Brasil é composto por mais de 50 milhões de evangélicos. Roberto de Lucena ainda ilustra que se os evangélicos fossem um país, seria o segundo maior da América do Sul. “Nós somos uma nação dentro de uma nação, mas nem sempre foi assim. Houve um momento em que éramos 1% da nação”, relembra o pastor.
Pr. Roberto de Lucena, que já foi presidente nacional da denominação, durante discurso. (Foto: Guiame/ Marcos Paulo Corrêa)
“Nesse momento, ser evangélico era ser rotulado, discriminado, perseguido. Nossas crianças sofriam bullying nas escolas, muitos evangélicos não podiam sequer sepultar seus fiéis nos cemitérios públicos da cidade”, acrescenta Lucena.
Foi nesse momento conturbado que Deus levantou o jovem missionário Manuel de Mello. “Ele era um homem bravo e corajoso, que debochava da perseguição — porque ele tinha uma convicção dentro dele”, disse o pastor.
Mello foi preso 27 vezes por denúncias ao regime militar, e no tempo em que desbravou o interior brasileiro fortemente católico, ainda viu seus tabernáculos e tendas serem queimados.
“A cada tenda que era queimada, a cada prisão do líder, a igreja se fortalecia. Não foi no momento áureo da igreja que esse irmão se levantou, mas num momento de perseguição. Essa obra se tornou um divisor de águas nesse País”, disse Lucena.
Missionário Manoel de Mello e Silva, fundador da Igreja Pentecostal O Brasil Para Cristo. (Foto: Arquivo Pessoal)
Portas abertas à comunicação
Além de abrir as portas para o movimento pentecostal, Mello introduziu a igreja evangélica no meio de comunicação por meio de seu programa “A Voz do Brasil Para Cristo”, que ficou no ar por três décadas em cadeia nacional.
De acordo com o bispo Gê Tenuta, presidente da Igreja Renascer em Cristo, O Brasil Para Cristo é uma das igrejas pioneiras na área de comunicação. “O missionário Manoel de Mello abriu um espaço que não existia. A igreja nunca teve direito a nada na área de comunicação, até por uma falta de entendimento de alguns líderes”, disse ele em entrevista exclusiva ao GUIAME.
A atuação de Manoel teve reflexo até mesmo em grandes veículos da imprensa nacional e internacional. Seu nome e seu ministério no Brasil foram noticiados por redes americanas, francesas, inglesas, suecas e alemãs. Grandes destaques vão para o jornal americano The New York Times, o francês Le Monde e a brasileira Veja.
“Eu acho que muito do que hoje nós vivemos na área de comunicação se deve a esse pioneirismo, porque nós sabemos que naquela época a religiosidade era muito forte. Falavam que a TV era do diabo, que o rádio era do diabo, que tudo era do diabo e, de repente, o missionário Manoel de Mello toma uma posição, toma posse daquilo que pertence à igreja — que é a comunicação —, algo que foi usado desde a época dos apóstolos”, avalia Tenuta.
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