Em referendo, Eslovênia diz "não" para casamento gay
Eslovenos votaram contra a concessão de direitos iguais para casamentos
homoafetivos, de acordo com resultados quase completos de um referendo
realizado neste domingo (20). Embora a Eslovênia esteja entre os países
ex-socialistas mais liberais, os direitos dos homossexuais continuam a
ser uma questão controversa.
Com 96% dos votos contados, 370 mil
pessoas – cerca de 63% – votaram contra a proposta do governo para
redefinir o casamento como uma união entre dois adultos, enquanto 37%
foram a favor, segundo a comissão eleitoral do país.
Apenas 35,6%
dos eleitores registrados compareceram às urnas. A Eslovênia é um país
predominantemente católico e possui uma população de aproximadamente 2
milhões de habitantes, sendo 1,7 milhão autorizados a votar.
Em
março, o Parlamento da Eslovênia havia aprovado uma lei que definia o
casamento como uma "união de dois [adultos]" em vez de ser uma "união de
um homem e uma mulher", concedendo efetivamente a casais homossexuais
direitos iguais de casamento e o direito de adotar crianças.
Mas
um movimento da Igreja Católica denominado "As crianças estão em jogo"
rapidamente reuniu 40 mil assinaturas necessárias para colocar a questão
em votação por meio de um referendo pela segunda vez desde 2012. A
tentativa anterior de permitir o casamento homoafetivo foi rejeitada.
Se
o "não" prevalecer na contagem final, o código civil do país, então,
será alterado de volta ao texto anterior. No entanto, a legislação
existente que permite uniões civis registradas, mas não a adoção de
crianças, permaneceria em vigor.
O Partido do Centro Moderno
(SMC) do presidente esloveno, Borut Pahor, e o primeiro-ministro do
país, Miro Cerar, apoiou a campanha pelo "sim", afirmando que o
casamento gay eliminaria a discriminação e garantiria direitos iguais a
todos os 2 milhões de cidadãos eslovenos.
Janez Jansa, ex-premiê
de centro-direita da legenda oposicionista Partido Democrático Esloveno
(SDS), mostrou-se contra a campanha governamental. "Apagando o sexo da
definição do casamento dá terreno para violações dos direitos humanos
contra os nossos mais preciosos – nossas crianças", afirmou.
O casamento do mesmo sexo já foi legalizado em 18 países, dos quais 13 estão na Europa.
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