Diferentemente dos Estados Unidos, onde “Deus domina o debate presidencial”, segundo o diário parisiense “Le Monde”, em Cuba a religião até então não aparecia no processo eleitoral, a não ser pelo fato de que pela primeira vez constam como candidatos às eleições do próximo dia 20 de janeiro uma pastora evangélica, dois presbíteros protestantes e um conhecido “babalawo” (sacerdote do culto a Ifá, santería cubana).
Dos 614 candidatos à Assembléia Nacional do Poder Popular (Parlamento) de Cuba, não aparece nenhum sacerdote da Igreja Católica, nem leigo proeminente, embora 35% a 40% da população cubana sejam católicos.
A presidente do Conselho de Igrejas de Cuba, reverenda Rodhes González, da Igreja Cristã Pentecostal, comentou que tudo parece indicar que a sociedade cubana caminha efetivamente, com passos sólidos, em sua coesão social, dando espaço à representatividade de todos os setores da população.
Evangélicos
A primeira pastora nomeada a concorrer a uma cadeira no parlamento é Ofelia Ortega Suárez, representando a província de Matanzas. Ortega está entre as primeiras mulheres ordenadas pastoras pela Igreja Presbiteriana-Reformada de Cuba.
A ex-reitora do Seminário Teológico Interdenominacional de Matanzas e atual presidenta para a América Latina do Conselho Mundial de Igrejas (CMI) substitui o teólogo presbiteriano Sergio Arce Martínez, um dos primeiros deputados religiosos.
Os outros dois candidatos são o reverendo da Igreja Episcopal de Cuba, Odén Marichal Rodríguez, professor de teologia no Seminário de Matanzas, onde também foi reitor, e atual diretor do Centro de Estudos do Conselho de Igrejas de Cuba. Ele é deputado desde 1998.
Também concorre a cargo público o pastor Raúl Suárez Ramos, da Fraternidade Batista de Cuba, diretor-fundador do Centro Memorial Martín Luther King Jr, em 1987, e atual deputado pelo município de Marianao.
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