Os egípcios votaram na quarta-feira - em meio a cenas moderadas de violência e diversas acusações de intimidação - na terceira e última fase das eleições parlamentares, que já vêm acontecendo há um mês.
O principal destaque da disputa foi o desempenho da Irmandade Islâmica, que superou em muito as expectivas - que já eram bastante otimistas - sobre seu crescimento.
Para praticamente todos os observadores da política egípcia, a tendência confirma que a oposição islâmica é a única que tem algum peso para enfrentar o governo do presidente Hosni Mubarak, recentemente eleito com 88% dos votos para o quinto mandato de seis anos.
Mas, se por um lado o crescimento dos islâmicos assusta o governo, por outro ele também fortalece a posição do presidente Hosni Mubarak, visto por muitos - mesmo entre seus críticos - como a única alternativa aos religiosos, que provocam tantos receios no Ocidente e em grandes setores seculares dos países muçulmanos.
Apesar do fortalecimento da Irmandade Islâmica, os partidos da oposição secular tradicional - quase todos unidos em uma inédita frente contra o governo - tiveram um desempenho desatroso e terão no próximo Parlamento menos assentos do que dispõem agora.
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