As autoridades egípcias classificaram hoje como uma “ingerência” nos assuntos internos do país o último relatório anual da Secretaria de Estado americana sobre a liberdade religiosa em vários países do mundo, entre eles o Egito.
“Apesar das extensas relações bilaterais, o Governo americano não tem direito à ingerência nos assuntos internos do Egito”, disse o porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores, Hosam Zaki, em declarações divulgadas hoje por toda a imprensa egípcia.
O elatório assegura que o Egito atravessa uma fase de “retrocesso” e deterioração no que diz respeito aos direitos religiosos dos seus cidadãos.
O porta-voz, por sua vez, disse que o dossiê mostra “ignorância” sobre a realidade da situação egípcia e acrescentou que “a administração do Estado não é nem será um assunto questionado pelos demais”.
Em particular, o documento faz referência aos coptas (10% da população) e aos fiéis de outros grupos minoritários como os bahais, não reconhecidos oficialmente, e conclui que existe discriminação entre os muçulmanos e o restante da população.
Além disso, critica o fato das leis egípcias obrigarem os cidadãos a se registrarem nos documentos de identidade como muçulmanos, cristãos ou judeus, as três religiões reconhecidas pelo Estado.
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