O assassinato de duas cristãs em sua casa em Kirkuk, na semana passada, revela a crescente insegurança enfrentada pelos cristãos, freqüentemente visados por causa de dinheiro no país devastado pela guerra.
O arcebispo de Kirkuk, Louis Sako, disse que ladrões esfaquearam e estrangularam as cristãs Fadhila Naoum, 85, e Margaret Naoum, 79, após invadirem a casa delas por volta das 19h30, na manhã do dia 26 de março.
Embora um oficial de polícia tenha dito à Associated Press que descartava a possibilidade de tentativa de roubo, Louis Sako disse acreditar que os assassinos foram motivados apenas pelo furto.
"Foi um roubo", disse o religioso. "Os ladrões estavam procurando por dinheiro e ouro. Estive na casa meia hora depois do crime e tudo estava em completa desordem."
Após celebrar o serviço religioso pela morte das irmãs, completando o tradicional luto de três dias, Louis Sako comentou que o caos no Iraque estava por trás das mortes.
A Portas Abertas divulgou no dia 17 de janeiro um informativo afirmando que "a principal razão para os ataques aos cristãos é o dinheiro". A organização observou que muçulmanos extremistas trabalhavam para expulsar os cristãos de certas cidades, mas disse que a maioria dos cristãos iraquianos é visada porque possui negócio próprio e acredita-se que tenha dinheiro.
Clérigos de Bagdá disseram ao Compass que cinco dos sete líderes eclesiásticos seqüestrados no Iraque no ano passado foram vitimados apenas por causa de dinheiro.
Conotações religiosas
Mas a brutalidade dos assassinatos e a falta de evidência de roubo levam alguns a acreditarem que os crimes tenham conotações religiosas.
A reportagem da Associated Press do dia 27 de março informava que o tenente Marewan Salih disse que não havia sinais de roubo, mas afirmava incorretamente que as irmãs eram freiras. Louis Sako confirmou ao Compass que os assassinos não levaram nada da casa das duas senhoras.
Margaret Naoum tinha acabado de voltar do culto na catedral caldéia quando dois ladrões invadiram a casa, contou o arcebispo. Segundo ele, os ladrões esfaquearam Fadhila Naoum diversas vezes enquanto ela estava deitada no sofá e depois estrangularam sua irmã no quintal.
Solteiras, as irmãs viviam sozinhas perto da catedral de Kirkuk. Apenas uma sobrinha de Bagdá conseguiu viajar a Kirkuk para o funeral, realizado na igreja ao meio-dia do dia 27.
O assassinato recebeu atenção da mídia, incluindo a cobertura do funeral pelo canal cristão iraquiano via satélite Ashtar TV. Louis Sako disse que as mortes foram abertamente condenadas por todas as comunidades religiosas de Kirkuk.
Minorias perseguidas
Apesar de não estar claro o motivo do crime, essas mortes ilustram o crescente desmando no Iraque que tem afligido todas as comunidades, particularmente os cristãos e outras minorias.
O coronel Taha Salah, chefe de polícia, não assumiu a responsabilidade pelos crimes, declarando à imprensa: "Não podemos garantir a segurança das pessoas em suas casas após a meia-noite".
O caos aflige principalmente as minorias, que compõem 30 por cento dos refugiados que deixam o Iraque, apesar de constituírem apenas 10 por cento da população do país, de acordo com o Grupo Internacional de Direitos das Minorias (MRG, sigla em inglês).
O grupo apontou o Iraque como o segundo país mais perigoso do mundo para as minorias em seu relatório anual.
"As minorias enfrentam ataques e ameaças por causa de sua etnia ou religião, e não contam com a proteção frequentemente disponível aos grupos majoritários", afirma o relatório.
Em Mosul, a cidade bíblica de Nínive, muçulmanos extremistas decapitaram um sacerdote ortodoxo em outubro de 2006 e balearam um presbítero da igreja presbiteriana em novembro de 2006 unicamente por causa de sua identidade cristã.
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