Dois cristãos coptas erradamente presos pelo assassinato de um muçulmano durante o ataque de 31 de maio ao monastério de Abu Fana foram torturados e presos para confessarem o crime, segundo afirmou seu advogado.
Autoridades egípcias enviaram os irmãos Refaat e Ibrahim Fawzy Abdo para o campo de detenção El Wadi El Gadid próximo à fronteira com o Sudão em 22 de novembro.
Uma semana antes, a fiança foi paga para que aguardassem em liberdade pelo julgamento, mas nunca foram soltos.
Os irmãos ficaram em uma delegacia até serem transferidos para o campo.
O advogado deles, Zacarias Kamal, disse que os dois têm álibi para o dia do ataque.
Monges de Abu Fana disseram que os irmãos Fawzy Abdo estavam longe do monastério no momento do ataque de 31 de maio, que começou por volta das 16 horas e continuou por quatro horas, até a polícia chegar.
Forças de segurança mantêm os irmãos presos para chantagear a igreja copta, a fim de que eles testifiquem que o ataque contra o monastério não tinha motivação religiosa, afirma Zacarias.
“Querem que o assunto seja visto pelo público como uma troca de tiros e um crime sem qualquer relação com a perseguição aos cristãos”, disse ele ao Compass.
Choques e extorsão
No princípio do cativeiro de Refaat e Ibrahim, em junho, a polícia os submeteu a oito horas diárias de choques, por três dias, tentando forçá-los a testemunhar que os monges estavam armados durante o ataque.
Zacarias disse que os culpados pelo ataque tentaram extorquir 5 milhões de libras egípcias (920 mil dólares) da Igreja copta em troca de apoio, testemunhando a favor dos irmãos durante as “reuniões de reconciliação”.
Tais reuniões são, de certa forma, um costume no Egito. Nelas, as partes tentam chegar a um acordo legal fora do tribunal. Parlamentares egípcios estiveram presentes às primeiras reuniões, mas não houve acordo.
Zacarias disse que está preocupado com o fato de parlamentares e policiais usarem as reuniões para pressionar a Igreja copta a aceitar seus termos e não dizer que o ataque foi parte da crescente violência sectária no Egito.
Reuniões de reconciliação são amplamente praticadas no país, a fim de abarcar casos mais simples, como disputas de terras, sem repercussão sectária, alegou o advogado. Por enquanto, ele se recusou a dar dinheiro em troca de um testemunho.
“Recusei qualquer acordo de reconciliação porque, se aceitarmos esses termos, significaria admitir que os irmãos mataram alguém”, Zacarias disse.
Conversão forçada
Os dois rapazes trabalhavam como empreiteiros na reforma dos muros do monastério de Abu Fana quando este foi atacado por cerca de 60 moradores muçulmanos em 31 de maio. O ataque deixou um muçulmano morto, quatro cristãos feridos e três monges foram seqüestrados por algum tempo.
Ibrahim Tiqi Riad, irmão de um dos monges, padre Mina, foi também seqüestrado e permanece desaparecido. Um sacerdote copta, que preferiu não ser identificado, contou ao Compass que acredita que Ibrahim possa ter sido forçado a converter-se ao islamismo.
Durante o ataque, os agressores ataram dois dos monges seqüestrados a uma árvore, agrediram-nos, forçaram-nos a cuspir numa cruz e a fazer a profissão de fé islâmica, de acordo com relatório da Coptic Assembly of America.
Cinco dias após o ataque, forças de segurança prenderam os irmãos Fawazy Abdo, sob a acusação de assassinato. O caso deles permanece em aberto.
A família dos dois homens sofre com a ausência, pois eles eram os únicos que a sustentavam. Ela teve a eletricidade cortada, pois não pode pagar as contas, disse Zacarias.
A razão por trás da morte do muçulmano no monastério de Abu Fana permanece um mistério. A polícia não registrou os detalhes da morte no relatório de investigação.
O bispo Demétrius Avanmina, chefe da diocese de Mallawi e abade do monastério de Abu Fana, está trabalhando para resolver a questão com os políticos e forças de segurança locais.
Demétrius não quis comentar a prisão dos irmãos ao Compass, dizendo apenas que ele e outros estavam trabalhando com a polícia e o Estado para resolver o assunto.
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