Um documentário que estreou na última semana nos Estados Unidos tem a ambição de mostrar como plataformas como Google e Facebook podem influenciar o pensamento das pessoas através do controle de informações.
Seu título “The Creepy Line” [A Linha Assustadora] é retirado de um comentário do ex-CEO do Google, Eric Schmidt, feito durante uma entrevista em 2010. Ele definiu assim o código de conduta da empresa: “A política do Google sobre muitas coisas é ir direto até a linha assustadora, mas não cruzá-la”.
O documentário que em breve deve estar disponível na plataforma de streaming da Amazon, traz entrevistas com diferentes personalidades sobre o tema da liberdade de expressão e o controle midiático online.
O grande destaque vai para a participação do intelectual conservador Jordan Peterson. Ouviu também o pesquisador Robert Epstein, que apoiou a campanha presidencial de Hillary Clinton.
M.A. Taylor, diretor da produção explicou que sua intenção era trazer o debate sobre limites para a arena pública. “Eu acho que o Google fez muitas coisas boas, disseminando informações. Facebook fez algumas coisas incríveis conectando pessoas. Contudo, chegamos a um ponto em que descobrimos que o Google e o Facebook também fazem algumas coisas muito ruins”, assegura.
Ele lista algumas delas, que fazem parte de um processo movido pela União Europeia contra a gigante das ferramentas de busca. “Seja espionando nossos filhos, seja lendo nossos e-mails, seja vendendo as nossas informações privadas para governos e/ou empresas. Tudo isso precisa ser pensado. Realmente precisamos parar e pensar: ‘Qual é o custo de um endereço de e-mail gratuito? Qual é o custo de usar o Google Maps? Realmente não acho que vale a pena para o cidadão comum”, avalia.
Analisando as práticas dos responsáveis pela maior rede social do mundo, destaca que “o Facebook tenta manipular o pensamento [do usuário], escolhendo o que ele pode ou não pode ver em seu mural”.
Em um trecho do filme, o Dr. Robert Epstein insiste que “O Google cruza a linha assustadora todos os dias”. Aliando testemunhos pessoais, experimentos científicos e análises detalhadas, o documentário tenta examinar o que está em risco quando grandes empresas de tecnologia têm liberdade para utilizar os dados pessoais e privados dos seus usuários.
Taylor procurou também abordar a questão da censura. “A censura contra os conservadores existe… O grande problema é que não sabemos como eles realmente fazem isso… Parece-nos que eles têm uma visão de mundo e tendem a impô-la de uma certa maneira…. No Vale do Silício eles são muito abertos sobre seu posicionamento político à esquerda e como tratam as pessoas religiosas”, destaca.
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