Confinado à sua residência e quando sai para as visitas pastorais sempre está acompanhado de dois policiais militares, o bispo da Prelazia do Xingu, no Pará, dom Erwin Kräutler, 67 anos, denunciou o “consórcio do crime” no Estado. Ele integra a lista dos marcados para morrer.
Nem mesmo prelados escapam dessa lista no Norte/Nordeste do Brasil. Além de Kräutler, o bispo de Guarajá-Mirim, dom Geraldo Verdier, e o bispo de Ji-Paraná, os dois últimos na Rondônia, integram a macabra relação.
O levantamento é do jornal O Estado de São Paulo, que arrolou, além dos três bispos, mais sete religiosos na lista dos marcados para morrer: o frei Henri Burin des Roziers, de Xinguara, no Pará, e a irmã Leonora Bruneto, de Alta Floresta, Mato Grosso, os dois atuando na Comissão Pastoral da Terra (CPT).
Os padres José Iborra Blans, de Guarajá-Mirim, Rondônia, José Amaro de Souza, de Anapu, Pará, Edilberto Sena e padre Boeing, de Santarém, Pará, mais um agente de pastoral do Conselho Indigenista Missionário (CIMI) que pediu para não ser identificado, pois teme represálias contra familiares, completam a lista.
A questão fundiária não é mais o único motivo que leva os religiosos a freqüentarem a relação dos jurados de morte. Também ganham destaque os conflitos por questões ambientais. O padre e advogado Edilberto Sena é um desses casos. Ele tem um programa na Rádio Rural de Santarém, no qual combate a expansão do plantio da soja na região amazônica.
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