A prisão do pastor Marcos Pereira, líder da Assembleia de Deus dos Últimos Dias (ADUD), sob acusação de estupro de fiéis da denominação continua com desdobramentos e apresentação de novos fatos que tornam o caso ainda mais complexo.
O deputado estadual Paulo Ramos (PDT), saiu novamente em defesa do pastor, num discurso realizado na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Anteriormente, Ramos já havia acusado as Organizações Globo de encabeçarem uma orquestração contra Marcos Pereira.
No novo discurso, Ramos afirmou que não voltaria ao tema se não fosse a descoberta de novos fatos. O deputado afirmou que no depoimento de pessoas arroladas no inquérito como denunciantes, existem confissões de crimes.
Paulo Ramos afirma que no depoimento de José Junior, coordenador do AfroReggae, há a afirmação de que as informações usadas para acusar o pastor Marcos Pereira foram obtidas em diálogos com chefes do narcotráfico do Rio de Janeiro. Para o deputado, isso seria motivo para que Junior fosse preso: “Como é que ele confessa uma relação íntima com chefes do narcotráfico, sem que pelo menos tenha sofrido a represália legal consequente?”, questionou.
Outros detalhes do processo foram expostos pelo deputado durante seu discurso. De acordo com Paulo Ramos, o pastor Rogério Menezes apresentou-se como produtor de eventos nas favelas e que o pagamento por seus serviços eram realizados pelos traficantes, com valores que variavam entre R$ 5 a R$ 20 mil: “Como é que alguém chega para prestar depoimento numa delegacia e diz que organizava eventos nas favelas e recebia os pagamentos dos traficantes? Essa confissão deveria ter merecido imediatamente a voz de prisão”, disse.
O deputado menciona ainda que um dos pedidos de quebra de sigilo do pastor Marcos Pereira feitos pelo Ministério Público, a juíza responsável negou a concessão alegando que a “investigação não seguiu seu curso regular”, e constatou-se que o inquérito não realizou diligências para aferição de provas contra o acusado.
“Uma juíza de direito reconhece que, mesmo tendo os prazos prorrogados pelo Ministério Público para as investigações, a delegada [Valéria Aragão] não tomou qualquer providência”, pontuou o deputado, que afirmou ter sido informado que a delegada Valéria Aragão não teria cedido às pressões para conduzir o inquérito de forma tendenciosa.
Paulo Ramos afirma ainda que os diálogos “obscenos” atribuídos ao pastor Marcos Pereira e divulgados pelos jornais O Dia e Extra não poderiam ter vindo a público, pois são parte de uma investigação.
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