Tensão e morte abalam a ilha de Jolo, no sul das Filipinas. Uma família local foi assassinada em 3 de fevereiro, em uma aldeia de Patikul, por guerrilheiros que abriram fogo contra os habitantes da aldeia. Não se sabe quais foram as razões do massacre, mas, segundo fontes locais, o episódio pode se relacionar a uma estratégia de tensão inter-religiosa na área. De fato, a família era cristã e o episódio pode ser utilizado para inflamar o conflito religioso.
O crime foi imediatamente condenado pela "Moro-Christian People's Alliance", que reúne fiéis cristãos e muçulmanos de Mindanao. A Aliança recordou que, no conflito que contrapõe guerrilha e exército filipino no sul do país, são numerosas as vítimas e numerosos os civis desabrigados, muçulmanos e cristãos. A Aliança convidou a população a permanecer unida, e rechaçou a violência.
O padre Eliseo Mercado, missionário filipino, responsável pela Comissão "Justiça e Paz" dos Missionários Oblatos de Maria Imaculada, comentou: "É difícil julgar este evento. Em nível local, insiste-se no significado confessional; enquanto em nível geral, podem-se considerar razões mais complexas. A população local está protestando pela presença de militares norte-americanos na área, que cooperam com as forças do exército filipino. Não se pode esquecer a situação de tensão e conflito em ação há um ano, que alimenta a espiral da violência".
O sacerdote afirma que "a população local sofre pela situação de conflito prolongado, que não permite uma vida normal. Uma situação na qual não reina a legalidade, mas o arbítrio, e todos os envolvidos violam as elementares regras democráticas e direitos civis". Ele prossegue: "É preciso estudar esta crise, descobrir suas causas e raízes, dialogar e encontrar soluções razoáveis. Também a pequena comunidade cristã local está sofrendo ao lado da população civil, compartilhando suas dificuldades e sofrimentos. Como os outros cidadãos, os cristãos também vivem em estado de tensão e medo".
A ilha de Jolo é conhecida como área do grupo "Abu Sayyaf", inscrito na lista dos movimentos terroristas de conotação extremista islâmica. Na região, está em andamento há cerca de um ano uma vasta ofensiva militar do exército filipino, que está provando a população local. Por outro lado, o governo de Manila e o Moro Islamic Liberation Fornt, maior movimento islâmico de Mindanao, anunciaram uma nova rodada de conversações de paz, que deve ocorrer nos próximos dias em Kuala Lampur, na Malásia.
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