O ex-ministro da imigração australiana, Kevin Andrews, instruiu seu departamento a aumentar a entrada de refugiados cristãos vindos do Oriente Médio. Ele acredita que exista um movimento pró-muçulmano de oficiais locais corruptos tentando impedir que cristãos que fogem da perseguição religiosa ou da guerra, possam obter status de refugiados na Austrália.
Segundo a revista “Weekend Australian”, Kevin Andrews ficou tão preocupado com a expansão da corrupção nos postos do Oriente Médio – apesar das suspeitas estarem sob investigação e oficialmente serem rejeitadas pelo seu próprio departamento – que ele escreveu para o então primeiro- ministro John Howard solicitando US$ 200 milhões implementar um plano de substituição dos funcionários locais por um quadro de funcionários australianos em 10 países considerados “delicados”.
O porta-voz da oposição, Chris Ellison, reforçou o pedido: “Nós não queremos discriminação ou ocorrência de preconceito... e é por isso que eu acredito ser apropriado que nossos postos ultramarinos, como os que estão no Oriente Médio, sejam ocupados por australianos”, disse o senador.
O porta-voz do Departamento de Imigração disse que não existem casos substanciais de discriminação anticristã nas embaixadas australianas, nem planos para trocar “os muçulmanos localmente ocupando cargos” por oficiais australianos.
Iraque
Uma investigação feita pela “Weekend Australian” descobriu que o ex-ministro Kevin Andrews recebeu solicitações de cristãos australianos alegando discriminação religiosa contra os iraquianos que pedem asilo no país porque os oficiais encarregados da triagem seriam muçulmanos
Antes de perder o cargo na eleição de novembro de 2007, ele ordenou que o número de refugiados cristãos no Iraque fosse duplicado. No ano passado foram 1639 que puderam se abrigar na Austrália.
“Colocado dessa maneira, ficou muito claro ao departamento de imigração que mais refugiados cristãos são procurados”, disse uma fonte do governo de Howard.
Seleção de refugiados
Em sua carta ao primeiro-ministro, John Howard, em agosto do ano passado, o Kevin Andrews, católico devoto, propôs mudanças significativas para o processo de seleção de refugiados.
Na carta, publicada pela “Weekend Australian”, Kevin Andrews acusou os trabalhadores das embaixadas australianas de fraude e suborno nas aplicações de processos migratórios. E disse que isso levantou “riscos consideráveis de segurança”.
Kevin Andrews destacou 10 países – Paquistão, Índia, Emirados Árabes Unidos, China, Irã, Líbano, Jordânia, Quênia, Rússia e Egito – cujos postos deveriam ser ocupados exclusivamente por oficiais australianos.
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