Uma delegação eclesiástica em visita ao Oriente Médio relatou que os cristãos no Líbano falaram das dificuldades em sobreviver em uma região instável e dominada por muçulmanos.
Líderes da Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos expressaram em um documento sua preocupação com a população cristã local, que está diminuindo, não apenas no Líbano, mas em todo o Oriente Médio.
Instabilidade, insegurança, perseguição e dificuldades econômicas são apenas alguns dos muitos fatores que levam os cristãos a deixar a região.
"Estamos cansados. Nossos jovens estão indo embora. É difícil ser cristão no Líbano", disse à delegação um dos líderes do Sínodo Nacional Evangélico para Síria e Líbano (sínodo presbiteriano).
"Queremos que nossos filhos vivam como qualquer outra criança e oramos para que eles tenham tempo para sonhar", compartilharam líderes cristãos locais.
A diminuição da população de cristãos no Oriente Médio e seu potencial efeito sobre a região é um assunto preocupante, não apenas para a delegação da igreja, mas para todos os especialistas em liberdade religiosa e ativistas de direitos humanos em Washington.
Durante uma visita à capital dos EUA no ano passado, um acadêmico do Oriente Médio advertiu que a perda das minorias religiosas na região poderia afetar desfavoravelmente a moderação islâmica.
Coexistência positiva
O doutor Habib Malik, professor de história e estudos culturais da Universidade Libanesa-Americana de Beirute, fundada por presbiterianos, disse que os cristãos dão uma "dimensão de universalidade e abertura para outras culturas" que ajudam os muçulmanos da região a se tornarem mais receptivos aos que são diferentes deles mesmos.
Por exemplo, crenças cristãs como o respeito pelos direitos das mulheres, a aceitação do pluralismo religioso, a rejeição a atentados suicidas e dominação religiosa podem facilitar a moderação islâmica quando os dois grupos coexistem na região.
"Existe uma nova geração de muçulmanos que surgiu após essa interação com uma comunidade local não-muçulmana despreocupada, segura e estável", disse Malik em uma palestra em novembro último.
Preservar uma população cristã no Oriente Médio também é importante para mediar as idéias ocidentais na região e para apoiar uma população para a qual a comunidade internacional pode pedir por um tratamento recíproco, assim como os muçulmanos recebem em seus países.
"A presença vibrante do testemunho cristão corre risco", afirmou a delegação no documento.
Membros da delegação, entretanto, concluíram com uma mensagem de esperança inspirada por líderes cristãos locais que "mantêm a esperança onde há muito desespero".
A delegação irá visitar Israel e se reunir com líderes religiosos cristãos e judeus.
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