A rede de negócios em torno da Igreja Universal do Reino de Deus chegou ao ramo da segurança privada.
A Centurião Segurança Patrimonial, que pertencente a um bispo e a três pastores que integram a cúpula da igreja, começou a ganhar espaço no mercado de São Paulo.
A empresa assinou seis contratos neste ano com secretarias e órgãos do governo de São Paulo, que somam R$ 2,4 milhões, e também disputa licitações de prefeituras.
Segundo o Estado, a Centurião foi escolhida por ter oferecido o menor preço nos pregões eletrônicos.
Seus donos possuem outra empresa de segurança privada na Bahia, a Armada Real. As duas funcionam com autorização da Polícia Federal.
De acordo com empresários da área, a Centurião direcionou seu foco para o setor público, que representa 35% do mercado de segurança privada -cujo faturamento é de cerca de R$ 5 bilhões por ano somente no Estado de São Paulo.
A Centurião atua no Paraná, no Rio e no Distrito Federal e, assim como a Armada Real, oferece segurança armada ou desarmada.
Estão registradas nos nomes do bispo Walcysneu Carlos Macedo de Oliveira (diretor da editora e gráfica da Universal) e dos pastores Oswaldo Luiz de Moraes Bandeira, Luiz Cláudio da Silva Costa (diretor da TV Record Brasília), e Júlio Cesar Ribeiro (ex-diretor da Record Bauru).
Eles integram o núcleo de confiança de Edir Macedo.
Os contratos com o governo de São Paulo são para segurança desarmada e aparecem com destaque na página da empresa inwwternet.
O maior deles (R$ 1,42 milhão por 15 meses) é com a Secretaria de Desenvolvimento e Planejamento. Desde abril, a Centurião faz a segurança no prédio da secretaria.
Mais três contratos foram assinados em abril: com a Procuradoria-Geral do Estado (R$ 135 mil), com a Fundação Pró-Sangue Hemocentro (R$ 289 mil), e com a Secretaria de Admiwnistração Penitenciária (R$ 55 mil).
Igreja afirma que não é dona da empresa
A Igreja Universal do Reino de Deus afirmou que não é dona da Centurião.
“Ela é apenas mais uma das prestadoras de serviços, como outras centenas que temos no nosso rol de fornecedores”, disse em nota a assessoria jurídica.
Segundo a igreja, o valor pago à Centurião é questão “estritamente privada e confidencial”.
Não há impedimento legal para que religiosos constituam empresas de serviços de segurança armada ou desarmada.
Um dos sócios da Centurião, Luiz Cláudio da Silva Costa disse que a ela é negócio descolado de suas atividades na igreja.
“Minhas atividades empresariais são totalmente independentes da minha fé professada”, afirmou.
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