Quando o primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, e seu partido de raízes islâmicas foram alvo de duras críticas de seculares – prestes a persuadir a Suprema Corte do país a excluir ambos da política –, o premiê chamou tais atitudes de um ataque contra a liberdade religiosa e uma ameaça às tentativas da Turquia em juntar-se à União Européia (UE).
Em quase 6 anos no poder, Erdogan não se mostrou inclinado de aumentar uma pitada que fosse da liberdade religiosa para a mais reverenciada instituição cristã na Turquia: o Patriarcado de Constantinopla, centro espiritual de 300 milhões de cristãos ortodoxos de todo o mundo. Como resultado, a perseguição da Turquia ao Patriarcado mostra-se como maior obstáculo às aspirações turcas de entrar na comunidade européia. E com razão.
O Patriarcado de Constantinopla foi constituído no século IV e já teve tantas terras quanto o Vaticano. Mas agora está reduzido a um enclave pequeno e dominado, em um canto decadente de Istambul, chamado “Phanar”, ou “Farol”.
Quase toda a sua propriedade foi tomada por sucessivos governos da Turquia; suas escolas foram fechadas e seus prelados são ridicularizados por extremistas que protestam quase que diariamente do lado de fora do Patriarcado, pedindo que eles sejam expulsos da Turquia.
O patriarca de Constantinopla, Bartolomeu I, é zombado e ameaçado quando se arrisca a sair dos muros de seu enclave. Seu retrato é freqüentemente queimado pelos turcos machistas chauvinistas e muçulmanos fanáticos.
Os burocratas do governo sentem prazer em perturbá-lo. Intimam-no a seus gabinetes para questioná-lo e repreendê-lo por assuntos irrelevantes, acabando com as tentativas dele de reformar os poucos edifícios que ainda estão sob o seu controle. Eles ainda fazem ameaças veladas sobre o que faz e fala quando viaja ao exterior.
Sucessivos governos turcos seguiram políticas que propositalmente depreciam o patriarca, recusando-se a reconhecer o seu status religioso como líder espiritual de uma grande crença religiosa e olhando-o apenas como o líder de uma pequena comunidade Ortodoxa Grega de Istambul.
No ano passado, 42 dos 50 representantes e membros do Comitê de Relações Exteriores do Congresso norte-americano enviaram uma carta para o premiê Erdogan, exortando seu governo a “encerrar todas as restrições” quanto à liberdade religiosa do Patriarcado, descrito por Tom Lantos, o então diretor do comitê, como “um dos mais velhos e maravilhosos tesouros do mundo”.
O congressista exortou o governo turco a se juntar ao resto do mundo no reconhecimento da postura eclesiástica do Patriarcado, para devolver as propriedades expropriadas, reabrir as escolas (incluindo o renomado seminário teológico da ilha de Halki) e também para acabar com a interferência no processo de escolha do patriarca, particularmente com a “exigência de que ele seja um cidadão turco”.
Os cristãos ortodoxos têm sido sistematicamente perseguidos na Turquia, e há, agora, menos de 2.500 deles no país. “Por conta disso”, Tom Lantos escreveu, “o Patriarcado deixará de existir se os futuros patriarcas tiverem de ser cidadãos turcos. É a Igreja, e não o Estado, quem deveria determinar o próximo patriarca”.
“É a igreja e não o estado turco que deve determinar quem é o patriarca ecumênico”, contou o presidente.
Apesar da carta deles e do esforço dos estadistas de muitos países em persuadir o governo turco a afrouxar sua postura em relação ao Patriarcado, os líderes turcos não têm feito nada – mesmo sabendo que essa posição pode comprometer suas chances de entrar na UE.
O tratamento que a Turquia dispensa em relação ao Patriarcado fica como um teste para seu ingresso à UE.
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