O renomado historiador britânico Tom Holland afirmou, recentemente, num encontro em Londres, que o mundo está assistindo a extinção efetiva do cristianismo no seu local de nascimento.
"Em termos de uma escala envolvendo a hostilidade e rivalidade sectárias, nós estamos testemunhando algo na proporção do horror da Guerra Europeia dos Trinta Anos", disse Holland. "Esse é o clímax de um processo de pulverização ao longo do século XX – A efetiva extinção do cristianismo em sua terra natal".
O evento, intitulado "Relatório do Oriente Médio: Por que a verdade está sendo perdida", procurou respostas para a cobertura "anêmica" dos ataques ocorridos contra os cristãos no Egito em 14 de agosto.
"Destruição premeditada de dezenas de igrejas antigas, mosteiros, escolas, orfanatos e centros de negócios não foram noticiadas por diversos dias em todo o ocidente", disse Nina Shea, diretora do Instituto Hudson de Liberdade Religiosa em Washington.
Após a vitória islâmica nas várias eleições durante a primeira revolução em 2011, os jornais americanos, perguntando como isso mudaria o Egito, sugeriram apenas que as mulheres fossem proibidas de usar roupas provocativas, e a cidade de Sharm el-Sheikh fecharia como um ponto turístico.
Isso foi "absolutamente trivial", afirmou Shea. A perseguição aos cristãos, que tiveram uma igreja fundada por Marcos em Alexandria, foi a mais grave desde o século XIV, com "níveis horríveis de violência". "Foi a pior perseguição em 700 anos contra a minoria de cristãos do Oriente Médio". A mídia falhou em não fazer as perguntas mais básicas, enfatizou Shea. "Por que esses cristãos foram selecionados, qual o significado e propósito dos ataques?"
Uma igreja do quarto século, que estava na lista para se tornar um patrimônio mundial da UNESCO, foi destruída e designada como um espaço de oração muçulmano. A igreja era 200 anos mais antiga que as estátuas de Bamiyan, no Afeganistão, mas a grande mídia ignorou o fato. No entanto, havia provas suficientes para mostrar que a violência era parte de um plano para "expulsar os cristãos, para aterrorizá-los e fazê-los sair do país", acrescentou ela.
Holland afirmou que o Egito não era uma nação em desenvolvimento, que precisava de ajuda para emergir como uma democracia ocidental, mas foi o primeiro Estado do mundo, com uma civilização em um nível como a da China e Irã. No tempo do Império Romano, foi o celeiro de pão para o mundo. Agora é o maior importador de trigo do planeta.
O líder cristão Angaelos falou em detalhes sobre as distorções da cobertura da mídia que, segundo ele, noticiou meras pressuposições agravando a situação no local. Ele afirmou que alguns relatos chegaram a sugerir que o Egito estaria passando por uma guerra civil. "O Egito nunca terá uma guerra civil", acrescentou Angaelos. "A sua demografia não se encaixa nesse cenário".
Ele apontou que os muçulmanos muitas vezes protegeram os cristãos. A igreja, junto com a sociedade civil, era contra os extremistas. Muitos muçulmanos se voltaram contra a Irmandade Muçulmana quando ficou claro que não havia nenhum plano econômico em suas reivindicações.
Durante o evento em Londres, em resposta a uma pergunta da plateia, ele concordou que ocorreu um "silêncio" das igrejas, governos e até mesmo dos muçulmanos ocidentais após os ataques, o que, segundo ele, serviu para desmentir a propaganda islâmica de que o Ocidente estava conspirando com os cristãos.
Nina Shea também falou sobre a Síria. Ela afirmou que cristãos sírios foram "pegos no meio do conflito". E acrescentou: "Facções do Jihad e da Al-Qaeda estão, deliberadamente, atacando os cristãos. Quando eles conquistam uma cidade, implantam tribunais e mini Estados islâmicos". Os cristãos estão fugindo. Concedida a opção de serem mortos ou irem embora, eles fogem. Se ficarem, o imposto Jizya é cobrado. Caso não possam pagar, são mortos.
Shea disse que os cristãos não se atrevem a se refugiar nos campos geridos pelos rebeldes, pois seriam recrutados a lutar. O conhecido "Plano Damasco", elaborado pelo Exército Livre Sírio para após o término da guerra, incluía assassinatos como forma de vingança contra aqueles que não se opuseram a Assad.
Redação: Dr. Jenny Taylor, diretor executivo do Lapido Media, empresa que organizou o evento "Relatório do Oriente Médio: Por que a verdade está sendo perdida" juntamente com a política externa da Sociedade Henry Jackson.
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