Por conta dos fortes bombardeios em Aleppo (Síria), os muçulmanos começaram a se encontrar com os cristãos pela primeira vez e alguns estão até frequentando as mesmas igrejas. O implacável massacre realizado pelo grupo terrorista Estado Islâmico está cada vez mais pesado. Tanto que o povo muçulmano acabou fugindo para as áreas cristãs com o objetivo de buscar refúgio.

"Muitos muçulmanos ficaram genuinamente surpresos quando encontraram mulheres cristãs em nossas igrejas dispostas a servi-las", disse Kristina, uma cristã de 28 anos que fugiu da cidade depois de ter seu primeiro filho. "Eles pensavam que todas as mulheres cristãs passavam a maior parte de seus dias dançando em clubes noturnos e bebendo álcool. Esse encontro foi um choque, tanto para eles como para nós", disse.

Kristina estava segura no Líbano quando falou com uma representante da “World Watch Monitor”. Ela disse que nove dos dez cristãos em sua igreja tinham fugido de Aleppo. Mas seus amigos ainda lhe disseram que a igreja está cheia, porque os assentos foram ocupados pelos muçulmanos deslocados. Eles estão indo à igreja para participarem de aulas organizadas para ajudá-los a lidar com o caos e a destruição.

“As crianças também estão participando das atividades das igrejas e muitas ficaram surpresas ao descobrir que os cristãos estão tentando ajudar todos os sírios, e não apenas os cristãos. Muitos estão repensando sobre a fé em que cresceram e que os tornaram hostis em relação aos cristãos", disse Kristina ao World Watch Monitor.

As mães muçulmanas estão permitindo que seus filhos leiam a Bíblia todos os dias. Kristina disse: "As mães estão bem com isso, eles veem como positivo seus filhos aprendendo sobre Deus. Normalmente os maridos são mais restritos”, comentou.

Ela disse que as mulheres muçulmanas se sentem livres na igreja. "Eles perceberam que as mulheres cristãs são bem diferentes do que eles imaginavam. No Islã, muitas mulheres não têm direitos, e quando sentem que os cristãos realmente se importam com elas, elas se sentem como se estivessem no céu. Elas veem que é possível viver como mulheres independentes", ressaltou.

Ela disse que essa era a primeira vez que os muçulmanos se aproximavam das igrejas. “A única coisa que temos de fazer é pregar o evangelho. Eles estão esperando por isso”, finalizou.