Cristãos somalis refugiados no Quênia continuam a enfrentar ataques de grupos somalis e lutam para receber a assistência adequada para sobreviver, de acordo com relatos da Solidariedade Cristã Mundial (CSW, sigla em inglês).
Os relatos explicam que um refugiado somali cristão, cujo nome fictício é Abraão, deixou a Somália com sua família por temer por sua vida. Desde sua chegada ao Quênia, a família de Abraão tem sido ameaçada por pessoas ligadas à União das Cortes Islâmicas (UIC, sigla em inglês).
Além disso, três dos filhos de Abraão foram seqüestrados por parentes muçulmanos e teriam supostamente voltado à Somália, onde se acredita que eles tenham sido forçados a se registrar em um centro de "reabilitação". Outros dois filhos de Abraão também foram seqüestrados, mas acabaram sendo resgatados quando as autoridades foram pressionadas a agir.
Abraão está atualmente se recuperando de um assalto ocorrido em julho que o deixou em estado de coma, mas, ainda nesta semana, em 27 de setembro, ele e sua família foram atacados novamente, contou a CSW.
Dupla tragédia
Estatísticas revelam que mais de 3.400 somalis pediram asilo no Quênia nas últimas três semanas, elevando a contagem a quase 25 mil desde o começo desde ano.
Parece que à medida que a UIC conquista mais terras na Somália, há um aumento correspondente nos ataques aos cristãos somalis no Quênia por parte dos que apóiam a UIC. De acordo com fontes locais, existem "muitos representantes das Cortes Islâmicas Sharia em Nairóbi".
Fontes indicam também que o escritório queniano do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (UNHCR, sigla em inglês) pode não estar fornecendo suporte suficiente para os cristãos somalis. Desde que o escritório central do UNHCR retirou o diretor do escritório do Quênia, a organização tem se mostrado lenta na tomada de ações efetivas.
Tina Lambert, diretora de advocacia da CSW diz: "Tendo já experimentado o sofrimento na Somália, esses refugiados cristãos enfrentam uma dupla tragédia quando se deparam com mais dificuldade e perseguição no Quênia. Sua situação é bastante preocupante e é vital que a comunidade internacional se mobilize junto ao UNHCR para assegurar proteção urgente a esses refugiados somalis e suas famílias".
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