Quando quatro cristãos tribais na vila Toranpada, Estado de Maharashtra, pediram ajuda depois de um ataque de extremistas hindus no mês passado, a polícia respondeu humilhando e chutando as vítimas e, depois, apresentando queixa contra elas.
Membros do Comitê para o Bem-Estar Tribal espancaram Baburao Mahala, 32, Anil Chaudhry, 23, e um casal identificado somente como Kalpana, 20, e seu marido Sunil, 24 por terem se convertido ao cristianismo, em 8 de junho.
Os quatro apresentaram queixa na delegacia de polícia imediatamente depois do ataque. Quando voltaram em 15 de junho para perguntar que medida havia sido tomada, um policial lhes disse: "Peça que Jesus ligue para o meu celular".
Três policiais pediram uma demonstração de oração. Quando os cristãos se ajoelharam, os policias os chutaram e humilharam. Os policiais então apresentaram queixa contra eles por violação da ordem pública.
Abraham Mathai, um membro da Comissão para Minorias do Estado de Maharashtra e líder do Conselho Geral dos Cristãos da Índia, acompanhou os quatro ao escritório do diretor geral da polícia em 20 de junho para protestar contra o comportamento dos policiais.
"Eles importunaram os cristãos ao invés de lhes assegurar que os agressores seriam pegos e fichados", disse Abraham.
O diretor geral da polícia ordenou que um inquérito fosse aberto, mas os policias na delegacia negaram qualquer procedimento errado.
Em outro local do Estado de Maharashtra, uma escola pública na vila de Sagar, distrito de Nashik negou a matrícula de crianças de famílias cristãs, de acordo com Abraham.
"O governo do estado diz que a educação primária é para todos, mas como os filhos dos cristãos podem se beneficiar deste esquema se sua matrícula é negada?" perguntou Abraham.
O governo de Maharashtra é dirigido por uma coalizão do Partido Nacionalista do Congresso e do Partido do Congresso. Há 96,8 milhões de pessoas no Estado, pouco mais de 1 milhão são cristãos.
Freiras acusadas
A polícia do Estado de Andhra Pradesh, sul do país, prendeu quatro freiras da organização Missionárias da Caridade em 25 de junho. As freiras foram acusadas de tentativa de conversão depois visitarem um hospital público em Tirupati, um popular centro de peregrinação hindu.
Um grupo de 50 pessoas do grupo hindu Dharma Raksha Samiti (Fórum de Proteção do Hinduísmo) se aproximou das freiras na tarde de 25 de junho e as acusaram de tentar converter pacientes, de acordo com uma reportagem da agência de notícias UCA News (UCAN). Alguns do grupo carregavam câmeras de vídeo.
Rapidamente, o número de pessoas do grupo aumentou para 300. Quando a polícia chegou, ela deteve as freiras no hospital até as 20h30, quando elas foram levadas para a delegacia e mantidas lá por duas horas.
A irmã Rosária, líder regional das missionárias católicas, disse a UCAN que as freiras visitavam o hospital regularmente há 20 anos e freqüentemente levavam medicamentos para os pacientes pobres.
A Associação Católica de Hyderabad expressou seu choque com o incidente e pediu uma ação imediata contra os membros do HDPS e a polícia.
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