As autoridades do Estado de Orissa, Índia, estão forçando os refugiados cristãos a saírem dos campos temporários por causa da visita da delegação da União Europeia.
A delegação, com 10 integrantes, irá visitar as áreas afetadas pelos conflitos a partir do dia 27 de janeiro.
Liderado pelo segundo diplomata enviado para missões especiais da embaixada espanhola, Ramon Moreno, o grupo irá em uma missão de averiguação de quatro dias.
Os moradores dos campos – cristãos afetados pelos ataques de 2008 – dizem que estão sendo forçados a se mudarem, para que as autoridades consigam passar uma imagem de paz na região.
Cerca de 100 refugiados em um mercado local de G. Udaygiri receberam uma ordem para sair o mais rápido possível. Eles se mudaram para o complexo depois que o governo fechou muitos dos abrigos estaduais.
“O governo local ordenou a desocupação imediata, e se nos recusarmos a sair, a polícia agirá”, disse um cristão.
Meena Nayak, mãe de duas crianças, perguntou: “Para onde irei com esses dois bebês?”. Seu filho mais novo nasceu no acampamento, após a violência de agosto de 2008 tê-los forçado a sair de seu vilarejo.
“Não podemos voltar para o nosso vilarejo, porque não nos permitem morar lá se não nos convertermos ao hinduísmo. O governo não está preparado para garantir a segurança e a ajuda necessárias. E agora, eles também estão tentando nos tirar daqui.”
Cerca de 50.000 cristãos fugiram de seus vilarejos durante a violência causada pelo assassinato de um líder hindu. Os nacionalistas acusaram os cristãos de orquestrar o crime, mas os rebeldes maoistas assumiram, publicamente, a responsabilidade pela morte. Mais de 20.000 pessoas continuam sem ter onde morar e não recebem nenhuma ajuda do governo.
O líder de uma ONG que atua em Kandhamal disse: “Mesmo após 17 meses da violência, não há justiça para os sobreviventes”.
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