Em dois de março, um grupo de radicais atacou a comunidade cristã de um bairro no Paquistão deixando uma pessoa morta e 12 feridas.
Esse ataque foi o ponto culminante de vários dias de tensão depois que um jovem cristão prestou queixa contra alguns muçulmanos que o assaltaram em 26 de fevereiro. O ataque foi planejado com o objetivo de “ensinar uma lição” para a comunidade cristã.
De acordo com Emmanuel Shad, um ancião da igreja Presbiteriana do bairro, Imran Masih, 17, foi assaltado por seus vizinhos muçulmanos quando estava voltando do trabalho. Os ladrões o agrediram fisicamente e roubaram cerca de $40 dólares, e o celular. Eles não esconderam o rosto, então, quando Imran voltou para casa, contou para sua família quem havia o assaltado. Seus familiares foram conversar com os vizinhos, para que devolvessem o dinheiro e o celular, mas eles se recusaram. Furiosos com os cristãos que prestaram queixa à polícia, em dois de março, os jovens reuniram muitos cúmplices para a vingança.
“Mais de 20 muçulmanos armados atacaram a comunidade cristã e a igreja Presbiteriana em Sango Wali. Eles violentaram as meninas e apedrejaram as pessoas da comunidade, matando Shahkeela Bibi, uma senhora cristã de 45 anos, e ferindo outras 12”, contou Surayia Channan, uma ativista de direitos humanos em Gujranwala.
A data do ataque foi escolhida estrategicamente, porque os agressores sabiam que naquela hora (11:00h), a maior parte dos homens estaria no trabalho. Alguns voltaram logo para casa quando souberam do acontecido.
O grupo muçulmano invadiu o bairro e a igreja com armas, bastões de hóquei, pedras e pequenas armas. Depois de atacar as pessoas, os criminosos quebraram as portas e janelas da igreja, e gritaram frases humilhantes contra o cristianismo. Os terroristas não permitiram que o grupo de resgate socorresse os feridos. Eles ameaçavam qualquer um que tentasse ajudar ou dar informações, mas foram dispersos assim que a polícia chegou ao local.
Shahkeela Bibi faleceu a caminho do hospital, e as outras doze pessoas receberam cuidados médicos e foram liberadas.
Os cristãos fizeram um boletim de ocorrência contra os homens que os atacaram, mas a polícia só prendeu 12 suspeitos até agora. O marido de Shahkeela Bibi estava relutante em prosseguir no processo devido à pressão de políticos locais e oficiais, e agora, considera retirar sua queixa. No momento, a comissão católica para justiça e paz está apoiando as vítimas nas questões legais.
Surayia afirma que há cerca de 20 a 25 famílias cristãs entre 1.500 famílias muçulmanas vivendo no bairro. Imran Masih e Shahkeela Bibi não se conheciam.
Muitos cristãos participaram de um protesto em Gujranwala pedindo justiça.
Samuel Wallace, diretor regional do International Christian Concern afirma: “Não nos choca somente a maneira como esses homens “ficaram insultados” por um cristão ter prestado queixa do roubo, mas revela o quanto o sistema judicial do Paquistão está falido. A polícia ignora o assalto, e dias depois, os mesmos criminosos matam uma mulher que não tinha nada a ver com o crime anterior. Não haverá justiça verdadeira no Paquistão até que as minorias possam ver a polícia como aliada, e não como inimiga.”
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