A situação no Paquistão é tensa. A sociedade civil e as minorias religiosas, entre as quais a comunidade cristã, continuam a pedir o fim do estado de emergência e a apoiar o regresso das garantias constitucionais, das liberdades individuais e dos direitos humanos.
O mandato do presidente Pervez Musharraf terminou e as Câmaras foram escolhidas, na expectativa das novas eleições anunciadas para 9 de Janeiro. Musharraf nomeou chefe de um governo “ad interim” o Presidente do Senado, Mohammedmian Soomro, 57 anos, membro do partido presidencial da Liga muçulmana do Paquistão (Pml-Q), que deverá governar o país até as eleições legislativas.
Entretanto, foram revogadas as prisões domiciliares da ex-premier Benazir Bhutto, enquanto a oposição se mostrou unânime no pedido de revogação do estado de emergência imposto em 3 de Novembro.
O gen. Musharraf anunciou que vai abandonar o uniforme antes do dia 1 de Dezembro, mas a classe política nacional, unida, declara a figura do presidente “inaceitável e inconciliável com a democracia”. Musharraf disse que as leis especiais são indispensáveis para garantir a segurança necessária para as eleições.
O general foi escolhido para um segundo mandato presidencial em 6 de Outubro, numa eleição ainda “sub judice” por parte da Suprema Corte. Com base no estado de emergência, o governo anunciou que o mandato de Musharraf, no poder desde 1999 com um golpe de estado militar, será prolongado até quando a Suprema Corte (já livre dos juízes hostis em geral) se manifestar sobre a constitucionalidade da sua eleição, talvez na próxima semana.
Enquanto isso, a comunidade cristã pede o apoio dos líderes políticos do Paquistão e da comunidade internacional para garantir às minorias religiosas a necessária liberdade de consciência e de religião e também, mudanças no sistema eleitoral, que penaliza severamente os cidadãos que pertencem às minorias religiosas (os eleitores estão divididos por comunidade religiosa e apenas podem votar nos seus correligionários).
Nazir S, Bhatti, Presidente do partido político “Pakistan Christian Congress”, e Diretor do “Pakistan Christian Post”, jornal que informa sobre as condições dos cristãos no país, escreveu uma carta aberta, endereçando-a ao Chefe do governo e a todos os políticos paquistaneses, a pedir uma mudança no sistema eleitoral e na tutela dos direitos dos 15 milhões de cidadãos cristãos presentes no Paquistão.
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