Receios sobre a possibilidade de ocorrência de mais violência anti-Cristã no dia de Natal estão a continuar a intensificar-se no estado Indiano de Orissa.
Os receios centram-se grandemente em torno da agressiva promoção de uma ‘bandh’, ou greve geral, em todo o estado, no dia 25 de Dezembro, pelo grupo nacionalista Hindu local, Swami Lakhmananda Saraswati Sradhanjali Samiti (SLSSS).
No entanto, surgiram mais evidências no distrito de Kandhamal, o epicentro da recente violência, onde um aldeão Cristão relatou na Quarta-feira ter visto vários homens armados com armas AK-47 discutindo com outras pessoas que se pensa estarem ligadas a organizações extremistas Hindus, reportou a Solidariedade Cristã Mundial (CSW, sigla em Inglês).
Para além disso, um catequista Católico Jubaraj Digal foi encontrado morto na Quinta-feira, depois do seu filho ter relatado na Terça-feira, que ele havia sido detido e agredido por uma multidão.
O Ministro-Chefe de Orissa, Naveen Patnaik, afirmou na Segunda-feira que a realização da bandh proposta não seria autorizada. Os Cristãos em Orissa têm expressado receios que uma greve geral aumente a tensão e o medo, e possa facilmente desencadear mais violência contra os Cristãos.
Continuam a ocorrer ataques esporádicos anti-Cristãos em Kandhamal, desde o assassinato de Swami Lakhmananda Saraswati a 23 de Agosto, que desencadeou uma eclosão de violência que provocou a morte a 70 pessoas e 50.000 deslocados.
Entretanto, foi realizado um debate na Quinta-feira na Câmara dos Lordes, na qual os lordes chamaram à atenção para a ameaça do extremismo religioso em curso na Índia. Falando no debate esteve a Baronesa Cox, líder da HART, que regressou recentemente da região. Ela descreveu a violência em Orissa como “limpeza religiosa” decorrente de uma campanha sustentada pelo ódio contra os Cristãos.
O Dr. John Dayal, secretário-geral do Conselho Cristão da Índia, que visitou recentemente campos de ajuda em Orissa, disse à CSW: “A situação é terrível. A tensão e o medo são palpáveis.
“As pessoas nos campos não podem regressar às suas casas – eles adorariam voltar mas não podem, e nós não podemos, de boa consciência, pedir-lhes para voltar para Kandhamal.
“O bandh é para criar o medo e nós certamente não podemos garantir que não haverá mais violência.”
A directora de protecção da CSW, Tina Lambert, disse: “Este debate foi extremamente oportuno para salientar a gravidade e a extensão do extremismo religioso na Índia, que é mais premente em Orissa do que em qualquer outro lado.
“O apelo à bandh aumentou a tensão e provocou um novo medo entre os Cristãos em Orissa e indignação em toda a Índia naqueles que se empenham por uma sociedade laica e pluralista.
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