Os cristãos iranianos estão assustados. De acordo com fontes da Portas Abertas, cristãos oriundos de contexto muçulmano estão sendo considerados ilegais pela primeira vez. O regime do presidente Mahmoud Ahmadinejad está liderando um duro golpe ao reavivamento cristão no país.
Desde meados de 2004, a Portas Abertas tem observado uma tendência perigosa nesse país. "Os últimos 10 anos foram relativamente calmos", disse um membro da equipe da Portas Abertas. Ele acrescenta que, entre 1990 e 2004, a vida dos cristãos não era fácil, mas havia menos detenções e incidentes de tortura do que no período anterior 1990.
Nosso colaborador fez o seguinte relato: "Na última fase da presidência de Mohammad Khatami, a situação piorou para a população cristã. Quase 90 líderes de igrejas foram detidos em setembro de 2004. Um deles, Hamid Pourmand, ainda está preso. Ele está sentenciado a três anos de prisão e, miraculosamente, escapou da pena de morte. A perseguição piorou desde que Ahmadinejad assumiu a presidência. Ouvi falar que todos os prefeitos receberam ordens de oprimir todos os grupos cristãos".
A polícia e os serviços secretos também contribuem para essa perseguição. Desde o verão de 2005, mais cristãos foram temporariamente detidos e espancados. Ghorban Dordi Tourani, um líder de igreja doméstica, foi assassinado em novembro de 2005. O membro da nossa equipe expressou sua preocupação: "Tenho medo de que mais cristãos sejam assassinados por sua fé. Os cidadãos não se tornaram radicais, mas os líderes atuais são mais extremistas e eles têm o poder de decidir sobre a vida e a morte".
A nova política do Irã trouxe temor à igreja. Os nascidos em um contexto étnico cristão ainda podem expressar sua fé dentro das quatro paredes de sua igreja. Mas os cristãos que vêm de um contexto muçulmano correm um risco enorme. O governo quer que eles voltem ao islamismo. As igrejas são proibidas de apoiar esses cristãos convertidos. Por causa disso, elas estão retirando sua ajuda aos irmãos de origem muçulmana.
"Isso é lamentável", disse o colaborador da Portas Abertas. Ele conta que os cristãos de origem muçulmana formam pequenos grupos que se reúnem em segredo. Isso dificulta o governo de rastreá-los. Ao mesmo tempo, fica difícil para organizações de ajuda, como a Portas Abertas, acha-los também. "Isso dificulta o nosso trabalho. É um problema, porque a maioria desses muçulmanos convertidos são novos na fé. Eles não conhecem muito a Bíblia. Corre-se o risco de que falsas doutrinas surjam", avalia o nosso colaborador.
Mas apesar disso, um grupo grande de cristãos de origem muçulmana continua a praticar sua nova religião. O membro da nossa equipe assegura: "Eles não se sentem intimidados pelo governo e continuam a espalhar o evangelho. Os muçulmanos que vieram ao Senhor nos últimos anos não temem nada e ninguém".
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