Durante uma reunião do "panchayat" (ou seja, o conselho da vila) realizada em 9 de novembro, um político agrediu seis cristãos, incluindo uma grávida. A reunião era sobre as ameaças feitas aos cristãos da vila Bamhni, no Estado de Chhattisgarh.
Puran Patel é um político que tem fortes laços com o Partido Bharatiya Janata (BJP) do Estado. Segundo fontes locais, ele oprimiu e humilhou os cristãos da vila por mais de um ano.
"Os cristãos de Bamhni têm sido aterrorizados por Puran desde o ano passado", disse Pramod Paul, pastor da Assembléia de Irmãos do lugar. Pramod disse que ele também já foi ameaçado, e recebeu ordens para ficar longe da vila.
A reunião do conselho foi marcada depois que os habitantes cristãos pediram proteção aos membros do panchayat.
Uma semana antes, em 3 de novembro, Puran e alguns companheiros hindus confrontaram o evangelista Ashok Baghel, de 27 anos, da vila vizinha Mardapal. Ashok estava em um ponto de ônibus, voltando de uma reunião de oração em Bamhni.
Ashok disse que o grupo segurava varas, e um deles tinha na mão uma bomba de encher pneu de bicicleta. O evangelista disse que essa pessoa com a bomba estava pronta para atacá-lo, e dizia: "Pare de vir aqui e espalhar sua fé entre esses aldeões!".
O ônibus de Ashok chegou naquela hora, e ele pôde entrar no ônibus e escapar do perigo.
No dia 5 de novembro, Puran e seus companheiros se reuniram em torno de um salão de oração da vila Bamhni, enquanto os cristãos estavam reunidos lá para o culto dominical. O grupo de Puran os ofendeu verbalmente, o que levou os cristãos a pedirem a proteção do conselho da vila. Eles obtiveram uma pequena reposta.
No dia 8 de novembro, os cristãos escreveram uma carta ao conselho da vila, pedindo que ele abordasse sua situação.
Atacados em vez de protegidos
O conselho da vila chamou as duas partes implicadas para uma reunião às 15 horas, no dia 9 de novembro. Quando todos se reuniram, o chefe do conselho leu a carta de reclamação enviada pelos cristãos.
Testemunhas disseram que Puran se levantou e gritou com os cristãos, usando palavras depreciativas. Então ele se dirigiu aos cristãos e começou agredi-los. Seus companheiros se juntaram a ele, atacando os homens e as mulheres do grupo.
O conselho da vila ficou mudo enquanto assistia à agressão.
Puran e os outros bateram em Anup Mandavi, Mani Korram, Jaisingh Patel e Krishna Patel. Eles também empurraram Havan Patel, esposa de Krishna Patel, contra a parede, e chutaram a barriga de Sukbati Mandavi, a esposa grávida de Anup Mandavi.
Quando os cristãos fugiram para a delegacia de Kondagaon, uma vila vizinha, o policial se recusou a ajudá-los. "Embora as marcas da agressão estivessem claramente visíveis, a polícia não registrou a queixa", disse Arun Pannalal, secretário geral do Fórum Cristão de Chhattisgarh, à agência de notícias Compass.
Em 10 de novembro, Arun telefonou para a delegacia e perguntou por que a polícia se recusou a ouvir a queixa dos cristãos. Ele também informou que o Fórum Cristão iria fazer protestos em todo o distrito caso a queixa não fosse tratada com seriedade.
Em resposta, o oficial em comando Johar registrou uma queixa contra Puran. Johar também disse ao Compass que as investigações estavam em andamento, e que os cristãos haviam sido levados para fazer um exame médico.
Mas, até o momento, não foi feita nenhuma prisão.
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