Em um caso que atraiu multidões de fanáticos religiosos, uma corte paquistanesa sentenciou dois cristãos a 10 anos de prisão, no sábado, 25 de novembro, por cometerem "blasfêmia" contra o Alcorão.
Depois de adiar o veredicto por quatro dias consecutivos, o juiz Muhammad Islam, da corte anti-terrorismo de Faisalabad definiu a sentença e uma multa de 25 mil rúpias paquistanesas (414 dólares). O pronunciamento foi feito em audiência fechada.
O conhecido caso despertou polêmica em Faisalabad quando surgiram boatos de que James Masih, 65, e seu vizinho, Buta Masih, 70, tinham queimado páginas do Alcorão em 8 de outubro, em uma rua próxima de onde eles moram, em Munir Park, Faisalabad.
O advogado de defesa Khalil Tahir Sindhu disse ao Compass que multidões de muçulmanos fanáticos se reuniram do lado de fora da corte, durante cada audiência, levando o juiz a adiar o veredicto.
Enfatizando a inocência de seus clientes, Khalil Sindhu disse que, em qualquer caso, a sentença de 10 anos era uma punição "ilegal" por blasfêmia contra o Alcorão.
A profanação do livro sagrado do islã é punida com prisão perpétua, de acordo com o artigo 295B do Código Penal, sob o qual os idosos foram julgados.
"Essa condenação não se baseou na lei", comentou o advogado. "Há apenas duas opções 25 anos (prisão perpétua) ou absolvição. Na realidade, o juiz queria libertá-los, mas eles estava realmente sob pressão".
Khalil Sindhu disse que entraria com um apelo na corte superior de Lahore dentro de três dias. Ele disse acreditar que, com base em sua contra-investigação, seus clientes ganharão o apelo em breve.
Apelo
"Todas as testemunhas tinham inimizades contra James e Buta, em virtude de um pequeno pedaço de terra", disse o advogado. "E todas são amigas de Ashraf Mubarak, que registrou a queixa."
Nenhum dos vizinhos muçulmanos de James e Buta testemunhou dizendo ter visto a alegada queima do Alcorão.
Khalil Sindhu argumentou que a angústia causada pelos rumores da profanação do Alcorão tinha tornado nebuloso o julgamento das testemunhas. Muhammad Ashraf, responsável pela investigação, disse à corte que ficou enfurecido quando soube que os suspeitos tinham queimado o Alcorão.
"Se uma das partes está envolvida emocionalmente, significa que não é imparcial", afirmou Khalil Sindhu.
Logo depois do veredicto, James e Buta foram transferidos para a Cadeia Central de Faisalabad, onde estão em isolamento.
Ataque da multidão
No auge dos rumores de 8 de outubro, de que James e Buta tinham queimado páginas do Alcorão, uma multidão de 500 muçulmanos tentou matar os cristãos.
As famílias cristãs da região fugiram depois que a polícia prendeu os dois homens e afastou o grupo de muçulmanos que estava do lado de fora da delegacia por toda a noite.
O bispo de Faisalabad Joseph Coutts e o advogado Khalil Sindhu agiram rapidamente para neutralizar os boatos, convocando uma coletiva com a imprensa e um encontro com clérigos muçulmanos locais.
Apesar de esses esforços terem ajudado a evitar que surgisse uma escalada crescente de violência contra a comunidade cristã, eles não foram capazes de assegurar a libertação dos cristãos idosos.
"Nenhum cristão foi absolvido ainda diante de uma instância inferior", disse o advogado, referindo-se especificamente aos casos de blasfêmia em Faisalabad, a terceira maior cidade do Paquistão. "Mas muitos muçulmanos foram ."
As instâncias inferiores freqüentemente consideram os cristãos paquistaneses culpados de "blasfêmia" apenas para ter a decisão derrubada durante o apelo.
Ranjha Masih, outro prisioneiro cristãos acusado de blasfêmia por insultar Maomé, o profeta do islã, foi libertado da Delegacia Central de Faisalabad no dia 15 de novembro, depois que sua prisão perpétua foi derrubada pela corte superior de Lahore. Preso desde 1998, eles esperou três anos para que seu apelo fosse ouvido.
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