Dezoito famílias das tribos indígenas Huichol de Tenzompa, Jalisco, México - mais de oitenta adultos e crianças - estão ameaçadas de expulsão de suas casas pelo crime de crerem no Evangelho. Uma decisão oficial de expulsá-las foi assinada e entrará em vigor no fim deste ano escolar. Entretanto, os homens que assinaram o documento não vivem em Tenzompa, mas num município diferente, de acordo com Adolfo Garcia, que está ajudando a defender a causa deles.
A saga começou em 1987, quando a mensagem do Evangelho chegou pela primeira vez à área montanhosa de Huichol, em Tuxpan de Bolaños, Jalisco, e outras comunidades como Cuamustita e Ratontita.
Em 1988, um pequeno grupo de índios huichol, da zona de Santa Catarina, que havia se convertido a Cristo começou a construir uma igreja em Pedernal e Nueva Colonia. Eles sofreram perseguição, suportaram a cadeia, o seqüestro e a tortura. O sofrimento deles foi descrito num relatório de julho de 1999 que apareceu no jornal de Zacatecas, o Angulos.
A sentença foi brutal: três dias na cadeia independentemente de idade ou sexo. A tortura consistia de colocar o pé num pedaço de tábua com buracos, pressionando até que a dor fosse insuportável. Entre os que sofreram maus tratos durante quatro dias na cadeia estavam Maria Gonzalez de la Cruz, de 66 anos; Ismael de la Rosa Gonzalez, 25; pastor Paulino Avila de la Cruz, 25; Rito Lopez flores, 28; Estela de la Rosa Cruz, 40 e Rosa de la Rosa Gonzalez, 27.
Além disso, o jornal noticiou: Inconcebível, Esteban Lopez, um bebê de seis meses foi torturado... e tudo por serem cristãos.
No dia 24 de agosto de 2002, as famílias cristãs foram expulsas de suas propriedades ancestrais, perdendo terras, casas, gado e pertences. Eles procuraram refúgio em Tenzompa, a quatro horas de distância de suas casas nas montanhas.
Ao que se sabe eles suportaram o quanto puderam, esperando a intervenção do governo em favor deles. Ao mesmo tempo, eles continuaram dando testemunho da fé. Um forte movimento de Deus produziu muitos novos cristãos, de acordo com Adolfo e Rosy Garcia.
Em dezembro de 2003, os exilados reuniram coragem suficiente para pedir pelo direito à terra na qual semear suas lavouras e construir suas casas no novo local, mas o pedido foi rejeitado. Os moradores da cidade decidiram expulsá-los de Tenzompa para evitar que eles exigissem mais direitos ali.
Estranhamente, o decreto de expulsão foi assinado por líderes indígenas de Santa Catarina, na municipalidade de Mezquitic, apesar do fato de Tenzompa pertencer à municipalidade de Huejuquilla. Por essa razão, diz Garcia, a expulsão não é legal.
Garcia visita as famílias exiladas várias vezes por mês indo de Zacatecas, levando suprimentos quando possível.
No dia 7 de fevereiro, o jornal El Sol de Zacatecas publicou um artigo sobre os evangélicos huichol intitulado: Eles foram expulsos de suas terras devido a intolerância religiosa. O autor do artigo comentava sobre o drama que eles enfrentam nos últimos 17 meses.
De fato, o drama já dura cinco anos. A menos que o governo intervenha, as dezoito famílias expulsas das terras de seus ancestrais em Santa Catarina ainda ficarão a procura de outro lugar para viver, assim que o ano escolar encerrar na primavera.
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