Um líder nacionalista hindu bem conhecido do Partido BJP (Bharatiya Janata) foi nomeado no dia 30 de maio como ministro chefe do Estado de Karnataka, onde ataques anticristãos têm aumentado desde 2006.
A notícia da primeira vitória do BJP em um Estado do sul da Índia foi um banho de água fria na minoria cristã, assim que os resultados da eleição foram anunciados no dia 25 de maio.
O BJP é a organização co-irmã de outra organização extremista, RSS (Rashtriya Swayamsevak Sangh), que é a principal força por trás dos ataques aos cristãos, e o recente ministro chefe eleito, Bookanakere Siddalingappa Yediyurappa, faz parte da RSS.
"Será um tempo de provação para os cristãos", disse o doutor Sajan K. George, presidente nacional do Conselho Global de Cristãos Indianos (GCIC), grupo de defesa aos cristãos baseado em Bangalore.
O BJP venceu 110 dos 224 assentos e assegurou o apoio de cinco independentes para alcançar a maioria absoluta requerida para um único partido formar um governo próprio. O partido nunca tinha ganho no sul do país.
Ataques em série
Um dia antes de o resultado das eleições ter sido anunciado, nacionalistas hindus vandalizaram uma escola bíblica e espancaram pelo menos 17 cristãos em Karnataka.
Cerca de 20 hindus intolerantes do VHP (Vishnu Hindu Parishad ou Conselho Mundial Hindu) quebraram as janelas e móveis da Timothy Theological School em Sathanarayapettai, atacaram os professores e estudantes e acusaram a instituição de incitar conversões forçadas, disse George.
Pelo menos dois professores, identificados somente como Jayaprakash e Isaac Namadevu, e 15 estudantes foram feridos no ataque. Os extremistas também rasgaram Bíblias.
A delegacia Gandhinagar prendeu e registrou queixa contra os extremistas, dois dos quais foram identificados como Anil Naidu e Siddesh.
No dia 4 de maio, cerca de 15 extremistas do Bajrang Dal, braço jovem do VHP, invadiram a Assembléia de Deus Sharon, em Manjunatha Nagara, Karnataka, xingando os cristãos, rasgando os hinários e Bíblias e arrastando o pastor Paniel Thankappan Hohnson para a delegacia. A polícia prendeu Hohnson e logo em seguida o liberou.
A ideologia do ódio
Sajan George disse que o novo ministro chefe de Karnataka deve prejudicar a obra cristã na região. "Yediurappa é um membro da RSS e portanto enraizado na ideologia de espalhar o ódio contra os cristãos", disse George.
A RSS crê e promove a ideologia Hindutya, que alega que a Índia é essencialmente a terra dos hindus onde minorias religiosas devem viver em subordinação à maioria.
Sajan George também ressaltou que cerca de 20 extremistas hindus do Bajrang Dal invadiram uma reunião de oração na Igreja Colheita do Fim dos Tempos, em Basavanahalli, distrito de Shimoga, no dia 20 de maio. Eles também deram queixa na polícia acusando a igreja de forçar os hindus ao cristianismo.
Entretanto, numa entrevista à CNN da Índia, Yediyurappa buscou aliar o temor da minoria religiosa, alegando que ganhou com o apoio das comunidades das minorias e que daria assistência para eles.
Politicagem por trás da perseguição
Bookanakere Siddalingappa Yediyurappa tornou-se o primeiro ministro chefe do BJP em Karnataka no ano passado, mas como parte da coalizão e por pouco tempo. Ele tomou posse no dia 12 de novembro de 2007 e teve de abdicar do cargo na semana seguinte devido à relações turbulentas com o governo de coalizão, a Janata Dal-Secular (JD-S).
Como resultado da divisão na coalizão, a Assembléia do Estado foi dissolvida e as "normas do Presidente" foram impostas em Karnataka no dia 28 de novembro passado. As tensões entre os dois partidos cresceram depois que a JD-S tornou-se relutante em permitir que o BJP nomeasse o ministro chefe de seu partido, conforme prometido anteriormente como condição de formar a aliança.
Desde o ano de 2006, o BJP e grupos associados com a RSS têm gerado divisões em vários partidos do Estado, dividindo eleitores junto às linhas religiosas e aumentando o sectarismo, incluindo até mesmo objeções às conversões cristãs.
O uso político da repressão
A capa de um editorial do dia 12 de março do ano passado da "People’s Democracy", notou que incidentes da violência religiosa em certos estados, incluindo Karnataka, fazem parte de uma "ação do RSS-BJP para reavivar sua base política através da polarização".
Os cristãos alegam que os ataques em Karnataka aumentaram rapidamente – depois de uma relativa calma em 2004 e 2005 – depois que o partido JD-S, em coalizão com o BJP, tomou posse do Congresso em 2006.
Depois de sua vitória histórica em Karnataka, o BJP agora alega ser o maior partido político da Índia. O BJP possui poder direto em sete Estados: Madhya Pradesh, chhattisgarh, Rajasthan, Gujarat, Uttarakhan, Himachal Pradesh e Karnataka. O partido também faz parte da coalizão de cinco Estados: Punjab, Bihar, Orissa, Nagaland e Meghalaya.
As eleições acontecerão em Madhya Pradesh, Chhattisgarh e Rajasthan, regidos pelo BJP.
Existem um pouco mais de um milhão de cristãos em Karnataka, lar de mais de 52,8 milhões de pessoas, em sua maioria, hindus.
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