Durante mais de 30 anos, a Guatemala viveu um conflito armado entre governo e vários grupos guerrilheiros. Nesse período, estima-se que cerca de 150 mil pessoas morreram, outras 40 mil foram consideradas desaparecidas. Somente em 1990, iniciou-se um processo de negociação de cessar-fogo, que só foi assinado em 1996. Os rebeldes prometeram a paz em troca de reformas estruturais por parte do governo guatemalense, a fim de uma administração mais justa e mais civilizada. Porém, mesmo depois da assinatura dos acordos de paz, o país registra, atualmente, uma média de até 24 mortes violentas por dia.
A violência é uma das maiores preocupações dos cidadãos, ainda mais em períodos de campanha eleitoral, quando o uso de armas tem sido eficaz na eliminação de simpatizantes de candidatos. Estudos locais publicaram o aumento de linchamentos em comunidades rurais, onde as pessoas utilizam ferramentas agrícolas, tijolos e gasolina. "Os guerrilheiros encontraram uma forma de protestar contra suas ambições frustradas. Há negligência do governo em fornecer serviços sociais básicos e a situação do desenvolvimento humano, dos pobres em geral, em especial dos cristãos das áreas rurais da Guatemala, está cada vez mais precário, chegando a causar o desespero", comenta um dos analistas de perseguição.
O presidente Jimmy Morales foi eleito no ano passado, logo após um escândalo de corrupção que levou à renúncia e à prisão do presidente Otto Pérez. "Muitos cristãos viram em Morales uma esperança para mudar o país, por se tratar de um homem religioso e muito conservador. A vitória dele representava o fracasso da velha política. No entanto, a violência voltou com toda força, a situação dos cristãos está ainda pior, já que eles são o primeiro alvo dos guerrilheiros, e a dimensão dos linchamentos está causando uma séria ameaça à segurança do país, que faz parte, inclusive, do Triângulo do Norte, onde acontece com frequência o tráfico humano", conclui o analista. Ore por essa nação.
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