Um cristão somali, posto em uma cela da polícia em um campo de refugiados por defender sua família contra extremistas islâmicos, foi libertado depois que cristãos ajudaram a pagar uma multa.
O valor estipulado pelo tribunal foi de 20 mil xelins quenianos (266 dólares), por ter-se convertido e desonrado o islã e seu profeta, Maomé.
Mas para Salat Sekondo Mberwa de Mogadíscio, a devastada capital da Somália, esse não foi o preço mais alto que teve de pagar por deixar o islã.
Há algumas semanas, extremistas islâmicos balearam Salat no ombro e o deixaram para morrer. Ele e outros refugiados contaram sobre gangues muçulmanas na Somália que estupram e matam convertidos, negam acesso à água e, no campo de refugiados, queimam suas casas.
“Eu agradeço a Deus por estar vivo”, disse Salat, tímido e preocupado.
Preso por abandonar o islamismo
Por volta das 9 horas de 13 de outubro, cinco jovens muçulmanos bateram no portão da casa de Salat no campo de refugiados, um dos três campos na cidade de Dadaab, noroeste do Quênia, que abrigam 572 mil refugiados da Somália, da Etiópia e do Sudão.
“Eu me recusei a abrir, e eles começaram a cortar as folhas de ferro do portão”, disse ele. “Gritavam e xingavam, dizendo que eu era inimigo da religião islâmica e que iria pagar o preço por propagar uma religião diferente. Ameaçaram me matar se não abrisse a porta para eles.”
Em casa, com Salat, estava seu filho de 22 anos, Nur Abdurahman.
“Quando os invasores arrombaram nossa casa e entraram em nossa sala, sussurrei para meu filho se preparar para lutar”, ele declarou. “Enquanto estávamos nos defendendo, atingi um dos jovens, que mais tarde vim a conhecer como Abdul Kadir Haji.”
Eles logo derrotaram os invasores, disse ele. A gangue fugiu, mas voltou três horas depois, acompanhada por líderes muçulmanos e pela polícia. Eles prenderam Salat e o colocaram na prisão no campo.
Promessa de liberdade
Depois de sua liberação, disse Salat, ele estava descansando em sua casa, em 26 de novembro, às 18 horas, quando ouviu pessoas gritando seu nome e jurando “dar lhe uma lição” por tê-los constrangido quando deixou o islamismo. Uma vez mais, ele decidiu se trancar dentro de casa. Como antes, os invasores forçaram a entrada.
“Tentei escapar pela janela quando um deles atirou, mas a bala não me acertou por pouco”, disse ele ao Compass. “Então, ouvi outro tiro, e senti uma forte dor no meu ombro esquerdo. Caí. Pensando que eu estava morto, foram embora.”
Os parentes imediatamente chegaram e prestaram os primeiros-socorros a Salat que sangrava. Providenciaram tratamento para ele em Mogadíscio, depois ele voltou a Dadaab, para se recuperar.
O funcionário encarregado pelos campos de refugiados de Dadaab, Omar Dadho, disse ao Compass que as autoridades estavam fazendo o melhor para preservar a liberdade de culto.
“Nós não podemos garantir a segurança da minoria cristã dentro dessa população predominantemente muçulmana, que totaliza mais de 99%”, disse Omar. “Mas fazemos o melhor para preservar a liberdade de culto. O líder deles, Salat, deve visitar nosso escritório para que seu caso e suas demandas possam ser analisados criticamente, assim como para tentar buscar uma solução duradoura.”
Salat, amargo e exausto, disse ao Compass que não iria ceder.
“De que esses muçulmanos se beneficiarão se acabarem completamente com minha família?” declarou ele. “Meu filho acabou de chegar de Bossaso com sérios ferimentos à bala em sua mão esquerda. É triste. De qualquer forma, estamos felizes porque ele está vivo.”
Cultos proibidos nos campos
Em novembro de 2005, deixando para trás seu emprego em uma agência internacional de ajuda e desenvolvimento em Mogadíscio, Salat fugiu com sua família para Dadaab, depois que extremistas muçulmanos assassinaram um parente, Mariam Mohammed Hassan, supostamente por distribuir Bíblias.
Naquele momento, seu filho mais velho, Abdi Salat, de 26 anos, tinha ido para Bossaso, em Puntland, uma região autônoma da Somália.
Situados em ambientes hostis, com altas temperaturas e pouca ou nenhuma vegetação, os campos de refugiados de Dadaab abrigam refugiados da Somália, da Etiópia e do Sudão. Há 150 mil pessoas no campo de Dagahaley, 152 mil em Ifo e 270 mil em Hagadhera.
Onde Salat vive como refugiado, extremistas muçulmanos queimaram uma casa que pertencia ao seu genro, Mohammed Jeylani, também um membro do grupo cristão do campo.
“Era 28 de outubro quando vimos fumaça saindo de minha casa”, disse Jeylani. “Alguns vizinhos conseguiram salvar meus dois filhos que estavam dentro da casa. As pessoas conseguiram apagar o fogo antes que a casa fosse destruída. Tenho denunciado os culpados para a polícia, mas temo por minha vida”.
Cristãos somalis não podem conduzir abertamente seus cultos nos campos. Eles se reúnem em suas casas e, algumas vezes, no posto de polícia de Dadaab junto com soldados cristãos e servidores públicos.
“Eles devem ser cuidadosos, pois estão sendo constantemente monitorados por outros somalis”, disse Moses Lokong, funcionário do Departamento de Reparação de Terras do Quênia na cidade vizinha de Garissa.
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